Acessibilidade no trânsito do DF sofre com desrespeitos

Quase 3 mil infrações de estacionamento irregular apenas este ano foram registradas pelo Detran

(Foto: Reprodução/Internet)

Passados oito meses de 2017, o índice de irregularidades no Distrito Federal levantado pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) revela uma triste realidade, enfrentada por pessoas com necessidades especiais: a falta de respeito à acessibilidade.

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De acordo com o órgão, somente em 2017, foram 1.799 estacionamentos irregulares em vagas reservadas para idosos, e outras 1.086 em vagas para deficientes físicos. O total assusta: quase 2,9 mil motoristas estacionaram seus veículos em locais destinados a quem realmente precisa delas.

Casos em Águas Claras

Somente na última semana, a equipe da Revista Águas Claras flagrou dois casos de estacionamento irregular.

Em um deles, a infratora estacionou na vaga de deficientes físicos para almoçar no edifício Vista Shopping, na Rua das Figueiras. Um casal que precisava usar a vaga teve que estacionar à frente do carro, para que o homem, que é cadeirante, pudesse descer do veículo.

A motorista do Kia Sportage (E) estacionou seu carro em cima da vaga para cadeirantes, atrapalhando a vida de um casal que precisava da vaga
A motorista do Kia Sportage (E) estacionou seu carro em cima da vaga para
cadeirantes, atrapalhando a vida de um casal que precisava da vaga
(Foto: Felipe Caian/RAC)

“Eu não vi nenhuma placa. Achei estranho ter rampa de acesso, sem placa nenhuma”, afirmou a dona do veículo, que pediu para não ser identificada. A sinalização no local era apenas horizontal.

No outro caso, um carro estacionado em cima de uma rampa de acesso para cadeirantes, próximo à agência do BRB, na Rua 16 Norte. Esperamos por meia hora, para ver se o autor da infração fosse retirar o veículo, mas ele não apareceu.

O condutor do carro branco parou em cima da rampa de acesso para cadeirantes e não deu nem sinal de vida
O condutor do carro branco parou em cima da rampa de acesso para cadeirantes e
não deu nem sinal de vida por pelo menos meia hora
(Orlando Antunes/RAC)

Consciência

Entrevistada pela nossa revista, na última terça-feira (15/08), a Miss Cadeirante Águas Claras, Andrea Fiuza, acredita que a explicação para o desrespeito, está principalmente, na falta de educação do brasileiro.

“Quando os locais se importam em facilitar nosso acesso, existe sempre um ou outro mal educado que se aproveita de uma vaga. Isso me entristece”, confessa. “Acredito que isso só vai melhorar, quando as pessoas passarem a ter mais consciência de que vaga para deficiente não é um presente, e sim uma necessidade”, alerta.

Peso no bolso

O motorista que estaciona em vagas destinadas a idosos ou cadeirantes está cometendo infração gravíssima, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), sob pena de multa no valor de R$ 293,47 e perda de 7 pontos na CNH do infrator, além do risco de remoção do veículo. Já para quem estaciona em local indevido - como o caso da rampa de acesso -, a infração será média, sob multa de R$ 130,16.

Em todos os casos, perder alguns minutos procurando uma vaga apropriada para o estacionamento de seu veículo, é o jeito mais sensato de se evitar multas, e é até mesmo uma das formas mais simbólicas de respeito aos direitos de seu próximo.

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