A direção do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) informou, nesta terça-feira (07), que há uma paciente internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com a superbactéria KPC.
Segundo os gestores do hospital, a paciente é mantida em isolamento de contato, o que implica no uso de capote, luvas descartáveis, lavagem rigorosa das mãos com álcool gel antes e depois de tirar as luvas e demais normas que já são adotadas nas UTIs. O nome e a idade da mulher não foram informados.
A bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000. Ela é resistente a múltiplos antibióticos e a outras bactérias.
Pode ser encontrada em fezes, na água, no solo, em vegetais, cereais e frutas. A transmissão ocorre em ambiente hospitalar, por meio do contato com secreções do paciente infectado, se não forem respeitadas normas básicas de desinfecção e higiene.
A KPC pode causar pneumonia, infecções sanguíneas, no trato urinário, em feridas cirúrgicas e enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes, mortal.
Alerta da ONU
Uma pesquisa da ONU revelou que, até 2050, 10 milhões de pessoas no mundo poderão morrer a cada ano devido a doenças resistentes a medicamentos. Segundo o levantamento, infecções que não respondem a remédios já são responsáveis por pelos menos 700 mil óbitos anualmente. Dessas mortes, 230 mil são causadas por formas de tuberculose capazes de sobreviver a diferentes fármacos.
O relatório aponta que doenças comuns, como infecções respiratórias, urinárias e também infecções sexualmente transmissíveis, estão se tornando cada vez mais difíceis de serem tratadas.
Uma das principais causas por trás da resistência antimicrobiana é o uso inadequado e excessivo de remédios para tratar doenças tanto de seres humanos, quanto de animais da pecuária e de espécies de plantas exploradas pela agricultura.
Outros fenômenos que impulsionam o problema são a precariedade das estratégias de prevenção e controle e o descarte inadequado de resíduos oriundos de instalações de saúde, fazendas, indústrias e farmacêuticas.
O relatório reconhece que a resistência antimicrobiana é uma questão de saúde humana, animal, alimentar e ambiental — o que exige uma abordagem multissetorial.