Capital apresentou melhor desempenho na pandemia de covid-19
Jéssika Lineker *
A Fundação Getúlio Vargas fez uma pesquisa que mostrou que a rede pública de ensino do Distrito Federal obteve nota 5.9, mais que o dobro da média do país, 2.38, neste período de pandemia provocada pelo coronavírus. A pesquisa considerou uma série de fatores que mediram a agilidade de 26 capitais mais o DF, na implantação do ensino remoto. Brasília foi qual se saiu melhor, atingindo nota 6, muito acima das demais que só obtiveram 1.6.
Os pesquisadores analisaram, entre março e outubro de 2020, os programas de 27 unidades federativas do Brasil e das 26 capitais. O objetivo foi medir a qualidade desses programas do Índice de Educação a Distância (EaD).
O ano letivo de 2020 teve início em fevereiro (10) e devido à pandemia, foi interrompido no dia 12 de março. Em julho do mesmo ano o ensino remoto foi implantado, sendo concluído em janeiro de 2021. Mesmo sem a obrigatoriedade da presença dos alunos nas aulas remotas, a Secretaria de Educação (SEEDF) buscou engajar os estudantes. “Aqui no DF, a rede pública de ensino fez um esforço gigantesco para manter os estudantes envolvidos no processo pedagógico”, afirmou Leandro Cruz, secretário de Educação.
Três emissores de televisão, em uma parceria firmada entre a SEEDF e a TV Justiça, veicularam teleaulas por um período de 3 meses em 2020. A partir de abril foi colocada no ar a plataforma Google Sala de Aula, para os ensinos médio e fundamental, respectivamente. Foram disponibilizados pacotes de dados gratuitos aos alunos, para acessarem a plataforma por meio do aplicativo “Escola em Casa DF”. Para os alunos sem acesso à internet, foi distribuído o material impresso com o conteúdo das aulas.
Em relação às outras regiões do Brasil, a capital federal foi responsável pela melhor metodologia, dividida em três grandes contribuições para a pesquisa. A velocidade e a qualidade entregues aos alunos, o acesso às aulas e a preocupação em reduzir e aliviar o impacto do fechamento das escolas sobre as populações mais vulneráveis.
Para a definição das notas de cada estado e do DF, quatro itens foram levados em conta:
- Os meios de transmissão das aulas a distância, como internet, televisão ou rádio
- Os meios de acesso às aulas e conteúdos, disponibilizados a alunos e professores, como apostilas, celulares, tablets ou quaisquer meios de subsídio à internet
- A supervisão dos alunos e o monitoramento das atividades propostas, que garantem a frequência dos estudantes nas aulas
- A cobertura dos níveis educacionais: ensino infantil, fundamental, médio ou Educação de Jovens e Adultos (EJA)
A pesquisa, intitulada como “Uma avaliação dos programas de educação pública remota dos estados e capitais brasileiros durante a pandemia de covid-19”, foi assinada pelos pesquisadores do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), Lorena Barberia, Luiz Cantarelli e Pedro Henrique Schmalz.
* estagiária supervisionada
**Com informações da Secretaria de Educação