José Américo da Silva Júnior também foi sentenciado por fornecer álcool e drogas a adolescentes
A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou José Américo da Silva Júnior por fraude processual e fornecimento de álcool e drogas a adolescentes. Ele era o proprietário do apartamento de onde a jovem Ísis Tabosa Araújo, de 21 anos, caiu e morreu em 2 de janeiro de 2023, no edifício DF Century Plaza, em Águas Claras.
De acordo com o processo, Ísis estava no apartamento com o namorado, o dono do imóvel e dois adolescentes, consumindo bebidas alcoólicas e drogas. Em determinado momento, ela foi até a sacada e se desequilibrou ao tentar atravessar para a varanda do apartamento vizinho, caindo do quinto andar.
Antes da chegada da polícia, José Américo limpou o apartamento, o que, segundo os investigadores, dificultou a perícia e a apuração dos fatos.
Decisão do TJDFT
A 1ª Turma Criminal do TJDFT decidiu por unanimidade manter a condenação do proprietário do imóvel. O tribunal destacou que:
✔ A preservação da cena do crime é fundamental para garantir a produção de provas.
✔ O fornecimento de álcool e drogas a menores de idade é crime, independentemente de quem tenha adquirido os produtos.
Pela sentença, José Américo foi condenado a três anos e três meses de detenção, em regime inicial semiaberto, além de 38 dias-multa. No entanto, a pena de prisão foi substituída por medidas restritivas de direitos.
Defesa vai recorrer
A defesa de José Américo alegou que “não houve dolo específico ao limpar o imóvel” e solicitou absolvição ou redução da pena. Agora, o advogado do réu informou que pretende recorrer novamente da decisão.
Relembre o caso
No dia do acidente, testemunhas relataram que, após a queda de Ísis, ninguém do grupo desceu para socorrê-la.
Segundo a Polícia Civil, a jovem tentava pular de uma sacada para outra quando caiu. Um morador do bloco da frente contou que Ísis atravessou da varanda onde estava para a do apartamento vizinho, que estava vazio.
“Ela bateu na porta, mas ninguém atendeu. Depois de um tempo, tentou voltar para a sacada original e ficou sentada no guard rail. Quando olhei de novo, já estava caindo”, relatou a testemunha.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas encontrou Ísis já sem vida.