Projeto de Lei encaminhado à CLDF prevê crédito suplementar de R$ 8 milhões na LOA de 2025; imóvel é usado esporadicamente para reuniões.

O Governo do Distrito Federal (GDF) enviou à Câmara Legislativa (CLDF) um Projeto de Lei solicitando a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 8 milhões na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. Deste montante, R$ 2 milhões seriam destinados à reforma da Residência Oficial de Águas Claras, imóvel oficial para governadores em exercício, que atualmente está sem moradores.

Localizada às margens da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), a Residência Oficial foi inaugurada em 2008 e desde então raramente cumpriu sua função como moradia do chefe do Executivo local. O atual governador, Ibaneis Rocha (MDB), nunca residiu no imóvel, tendo prometido durante a campanha de 2018 que não ocuparia o local nem receberia salário como governador.

Apesar de estar sem moradores, a Residência Oficial gera despesas significativas para os cofres públicos. Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que, entre janeiro e julho de 2024, as contas de água somaram mais de R$ 33 mil. Em 2023, o GDF pagou R$ 50.750,77 à Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB).

Não é a primeira vez que o imóvel acumula gastos expressivos sem ser habitado. Entre 2015 e 2019, durante o governo de Rodrigo Rollemberg, o espaço também permaneceu vazio. Um levantamento do g1 em 2017 revelou que a manutenção da casa havia consumido R$ 823 mil em dois anos.

Segundo o texto do Projeto de Lei, os R$ 2 milhões solicitados para a reforma seriam usados para revitalizar áreas como piscina, churrasqueira e academia, além de intervenções no salão de eventos. Entre as melhorias previstas estão a instalação de novos forros, substituição do piso, pintura de paredes e modernização de ambientes de convivência.

O GDF ainda não respondeu aos questionamentos sobre os valores envolvidos no projeto.

Apesar de não ser usada como residência oficial, a casa tem recebido visitas pontuais. Funcionários do local, que não permitiram a entrada da reportagem em agosto passado, afirmaram que o governador e a primeira-dama, Mayara Rocha, utilizam o espaço para reuniões ocasionais.

A proposta de crédito suplementar ainda aguarda votação na CLDF. A medida tem gerado questionamentos sobre a necessidade da reforma, considerando o histórico de desuso do imóvel e os custos de manutenção já existentes.