Jovem autista espancado em Águas Claras segue aguardando por justiça e cirurgia

Depois de mais de 580 dias do ataque, o jovem Wtsherdhay segue aguardando por Justiça e uma cirurgia para sua recuperação

Em 2 de janeiro de 2023, Wtsherdhay Gonçalves dos Santos, um jovem autista de 24 anos, foi brutalmente espancado no Parque de Águas Claras, no Distrito Federal. Os agressores não só ofenderam e humilharam Wtsherdhay, mas também rasgaram um dos seus olhos e destruíram a cartilagem do nariz. Mais de um ano e meio depois, os suspeitos do crime ainda não foram punidos e Wtsherdhay continua aguardando uma cirurgia de reconstrução nasal que é vital para sua recuperação.

 

Situação Atual e Investigações

O caso está sob a responsabilidade da Delegacia da Criança e do Adolescente II (Taguatinga). No entanto, a mãe de Wtsherdhay, Wheda Gonçalves dos Santos, revelou que o Instituto Médico Legal (IML) não realizou os exames necessários em seu filho, apesar de várias tentativas da família. A ausência desse laudo pericial tem atrasado significativamente o andamento do inquérito policial.

"Não foi uma agressão, foi tortura. Foi tentativa de homicídio. Arrancou o olho e destruiu o nariz do meu filho", afirmou Wheda, que luta por justiça para seu filho.

 

Impacto na Saúde e Qualidade de Vida

Desde o ataque, Wtsherdhay conseguiu uma prótese ocular, mas a demora para a cirurgia de reconstrução nasal tem comprometido gravemente sua qualidade de vida. "Acabaram com a saúde do meu filho. O nariz dele está suspenso apenas por uma mucosa. Toda a cartilagem foi destruída. Ele não respira direito. Wtsherdhay pesava 70 kg e hoje está com mais de 100 kg", lamentou a mãe.

 

Em 2023, a família solicitou a cirurgia de reparação no Hospital de Base, mas até agora não recebeu nenhuma indicação de quando o procedimento será realizado.

 

Resposta das Autoridades

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) afirmou que o caso está sob investigação e sendo acompanhado de perto pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público. "De acordo com a legislação vigente, que protege a privacidade e os direitos de adolescentes infratores, as diligências e o inquérito estão sob sigilo", explicou a corporação em nota enviada ao portal "Metrópoles", quem apurou as informações para cobrir o caso.

 

A PCDF ressaltou que diversas diligências estão em andamento e que um processo judicial já foi instaurado na 2ª Vara da Infância e da Juventude do DF. "Reiteramos o nosso compromisso com a transparência e a justiça, e garantimos que todos os esforços estão sendo realizados para o completo esclarecimento dos fatos e a responsabilização dos envolvidos", garantiu a PCDF.

 

O Ataque

O ataque a Wtsherdhay aconteceu após uma partida de futebol no Parque de Águas Claras, onde ele estava acompanhado de seu irmão mais novo, de 10 anos. Após uma discussão durante o jogo, adolescentes seguraram Wtsherdhay e seu irmão e começaram a espancá-los com socos e chutes.

 

A luta por justiça e recuperação continua para Wtsherdhay e sua família, que enfrentam o trauma de um crime brutal e a lentidão do sistema para assegurar a punição dos culpados e a recuperação plena da vítima.

Foto: Vinícius Schmidt

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