Dentista adulterava exames radiográficos de seus pacientes. Segundo levantamento da PCDF, as ações do dentista prejudicaram mais de 100 pessoas no DF
Na tarde de quinta-feira (16), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deteve o dentista João Vitor de Carvalho, em uma clínica localizada em Águas Claras. As autoridades o acusam de envolvimento em uma série de atividades ilegais relacionadas à sua profissão. Segundo as investigações em curso, Carvalho é suspeito de adulterar exames radiográficos de seus pacientes, simulando procedimentos de canal que nunca foram realizados. Estima-se que suas ações tenham prejudicado mais de uma centena de indivíduos e causado danos financeiros superiores a R$ 300 mil a uma clínica da região.
As investigações tiveram início após uma denúncia feita por uma clínica na Asa Norte. Conforme apurado, Carvalho teria praticado as fraudes no período entre dezembro de 2022 e abril de 2023, manipulando os resultados dos exames radiográficos para indicar tratamentos odontológicos desnecessários. Os pacientes começaram a registrar queixas, o que levou a clínica a realizar novos atendimentos, acarretando um prejuízo financeiro significativo. A fraude nas imagens radiográficas dos pacientes foi confirmada por meio de laudos periciais odontológicos emitidos pelo Instituto de Criminologia (IC) da Polícia Civil.
Após a descoberta do esquema fraudulento, Carvalho teve sua licença profissional cassada pelo Conselho Regional de Odontologia do Distrito Federal (CRO-DF). Esse caso representa o primeiro registro desse tipo de fraude na história do órgão. A prisão do dentista ocorreu no momento em que ele aguardava para atender um paciente em uma clínica local. Simultaneamente, foram cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pela 3ª Vara Criminal de Brasília.
Apesar da cassação de sua licença, o dentista continuou atendendo em outra clínica. Ele agora enfrenta acusações que incluem lesão corporal, colocação em risco da vida ou da saúde de outrem, e estelionato. Até o momento da publicação desta reportagem, não foi possível contatar a defesa de Carvalho para comentar sobre o assunto.