A Revista Águas Claras recebeu e entrevistou André Kubitschek, advogado, empresário do setor hoteleiro e conselheiro do Memorial JK. Ao longo da conversa, André falou sobre sua caminhada política nas eleições de 2022, sobre o apoio da população em sua candidatura e sobre as dificuldades que o Distrito Federal apresenta.
Confira a seguir a entrevista completa:
REVISTA: André, muito obrigado pela presença. Estamos acompanhando o seu trabalho, suas visitas pelas cidades. Como você se sente em relação ao apoio recebido nas eleições?
ANDRÉ: Primeiramente, gostaria de agradecer à Revista Águas Claras pelo convite, por estar aqui. Tem sido muito gratificante, acho que fizemos uma campanha bastante propositiva, tínhamos projetos muito interessantes para o desenvolvimento do Distrito Federal e pessoas que realmente acreditaram em nossas propostas. Agora, pós-eleição, temos a oportunidade de voltar a conversar com os eleitores, com todas as pessoas que realmente nos apoiaram e isso tem sido ótimo. São pessoas que continuam acreditando em nós, que nos favoreceram, e que ainda me motivam a continuar nessa caminhada. Ainda mais na política, em que há dias de vitórias e dias de derrota. Faz parte da vida. Então, agora, queremos fortalecer mais o nosso grupo e aproximar as pessoas que acreditam em nosso projeto. Tem sido revigorante estar de volta, reunindo quem participou dessa jornada.
Na campanha de 2022, vivemos 100 dias de muita emoção. Decidi ser pré-candidato em março, acabou sendo um período bastante corrido e não pudemos fazer as coisas com a calma que gostaríamos. Mas, agora temos tempo para desenvolver as ações com mais detalhes e consolidar o grupo.
REVISTA: Foi um período curto, mas bem intenso, de fato. Você esperava ser tão bem acolhido, receber esse carinho das pessoas na campanha e agora no retorno?
ANDRÉ: Na campanha, eu não fazia a menor ideia do que esperar, eu estava pisando em ovos. Você nunca imagina o que vai acontecer, um candidato que se dispõe a sair e estar no meio político está virgem nesse mundo, é tudo uma grande emoção. Acabou sendo bastante gratificante, fui muito bem acolhido. Aqui no DF, temos pessoas muito bacanas, sinceras, solidárias, com bom coração, e isso para mim foi cativante, até porque Brasília cresceu muito e eu não conhecia a capital da forma que deveria. Essa jornada política me proporcionou a oportunidade de conhecer minuciosamente essa cidade, que foi projetada para 500.000 habitantes, e hoje temos mais de 3 milhões. Brasília se expandiu de uma forma desproporcional, mas hoje temos uma capital grandiosa, bonita e que está a cada dia se desenvolvendo. É muito satisfatório poder acompanhar a evolução dessa capital tão jovem e que ainda está em construção. Então, quero ver daqui a 40 anos como estaremos.
Lembro da época que meu pai me trazia para Águas Claras quando eu era pequeno. Ele foi uma das primeiras pessoas a acreditar na região. Não tinha nada aqui. Hoje chegamos na cidade e nos deparamos com a “Manhattan” do DF, bem desenvolvida. É muito interessante ver isso. Em Brasília, temos essa emoção de poder acompanhar a sua construção e sua consolidação. Os brasilienses têm esse diferencial.
REVISTA: Falando sobre diferencial e sobre esse retorno para agradecer os votos, você sente que as pessoas ficam surpresas com essa atitude? Como elas se comportam com isso?
ANDRÉ: Eu sempre gosto de me colocar no lugar do outro, então, se um candidato viesse pedir meu voto, adoraria que ele voltasse, agradecesse e falasse a respeito do que está fazendo. Acho que é uma forma honrosa de agradecer o voto ao eleitor. Acredito que faz parte da política, é uma via de mão dupla.
Uma das maiores queixas que escutei durante a campanha foi de pessoas reclamando que deram seus votos de confiança a candidatos que nunca mais apareceram. Essa não é a política que eu acredito. Se o papel do político é trabalhar pelo povo, quem somos nós para não voltar e agradecer? É uma das coisas primordiais que precisamos fazer, além de mostrar que estamos perto da população e que estamos atendendo às demandas dos eleitores.
REVISTA: Nesse período tão intenso, você viveu alguma experiência marcante, algo que fez a diferença para você e que gostaria de compartilhar conosco?
ANDRÉ: Eu diria que conhecer essa capital do jeito que deveria conhecer, primeiramente. Isso foi muito importante para minha vida. Também ver de perto como o povo é sofrido, como as dificuldades na Saúde, na Educação, no Transporte impactam a vida da população. Há uma situação precária no DF, que demanda um trabalho a longo prazo. Temos um governo que está trabalhando bem, mas infelizmente deixamos a peteca cair há muito tempo. Tivemos governos muito desfocados, que atrasaram o nosso desenvolvimento aqui no Distrito Federal. Estamos correndo para diminuir esse prejuízo. Com esse governo indo bem e o próximo também, a gente consegue começar a diminuir essa desigualdade.
REVISTA: Você pretende seguir a carreira política?
ANDRÉ: Acho que “carreira” se refere a algo muito duradouro. Pretendo ser um futuro candidato, quem sabe, a algum cargo em 2026, e desempenhar um bom papel, dar minha parcela de contribuição para essa capital que tanto amo, essa capital que meu avô construiu. Então, tenho uma certa responsabilidade com essa capital. Quero olhar para trás, um dia, e dizer que dei minha parcela de contribuição em prol do desenvolvimento do Distrito Federal.
REVISTA: Falando um pouco sobre a pandemia, sabemos que foi um período extremamente desafiador para o mundo todo. Como empresário do setor hoteleiro, quais foram as maiores dificuldades da hotelaria?
ANDRÉ: Foi a maior crise econômica que o setor de hotelaria passou. Temos um custo fixo, não podemos simplesmente apagar a luz, dar tchau e fechar a porta. Temos uma série de despesas que arcamos mensalmente. De repente, tínhamos uma ocupação média de 50%-60%, que caiu para 5%-3%. Foi um choque de realidade, um susto grande. Passamos por um sufoco enorme, mas conseguimos nos reinventar. Graças a Deus, temos uma equipe muito boa, conseguimos sentar e debater sobre soluções. Toda crise gera uma oportunidade e, durante esse momento, decidimos que iríamos mudar um pouco nosso estilo de negócio. Vimos que havia uma demanda muito grande de pessoas que queriam se isolar por alguma necessidade. Por exemplo, um jovem que queria se afastar dos avós porque faziam parte do grupo de risco. Começamos a adaptar nosso negócio e abrimos as portas para estadias maiores. Divulgamos o novo serviço em diversas mídias, e isso deu fôlego para nós. Conseguimos ajustar as contas, apesar de passarmos por processos difíceis, mas tentamos ajudar o máximo número possível de pessoas. Atualmente, os hotéis estão muito bem, os eventos voltaram também. Felizmente, conseguimos nos reinventar e atravessar essa fase.
REVISTA: Assim como o seu pai, Paulo Octávio, e seu bisavô, Juscelino Kubitschek, você também pretende deixar a sua marca registrada na política de Brasília?
ANDRÉ: Registro se dá com um bom trabalho e se efetivamente executarmos bons projetos, que melhorem a qualidade de vida das pessoas. Deixar uma marca, um legado, é sempre bom. Acho que todos que estamos nessa Terra queremos deixar um legado. Quero sempre dar o meu melhor e colher frutos com isso.
REVISTA: Vamos fazer um bate-bola?
UM FILME? Gladiador
UMA PAIXÃO? Tênis (esporte)
UM SONHO? Ter família
SEU TIME? Flamengo
UM HOBBY? Futebol
UM LIVRO? Bíblia
Por fim, demonstrando seu interesse pelas causas sociais, André aceitou nosso convite para conhecer o Instituto Koinonia, entidade filantrópica apoiada pela Revista Águas Claras, situada no Areal (Arniqueira), que atualmente assiste 120 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. A ida ao Instituto acontecerá em breve e compartilharemos os registros aqui.
Agradecemos ao André Kubitschek pela visita e pela entrevista.
