Ultraprocessados: Um perigo silencioso

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Um perigo eminente. Os ultraprocessados estão substituindo as refeições tradicionais, feitas a partir de ingredientes in natura, devido a praticidade e pelo custo acessível. Os alertas de especialistas são constantes para atentar no quanto a troca pode impactar diretamente na saúde da população.

A revista American Journal of Preventive Medicine, publicou um estudo onde mostra esse efeito nos brasileiros e mostra uma realidade oculta, de que o consumo de alimentos submetidos a muitos processos industriais foi associado a mais de 10% das mortes prematuras e evitáveis por todas as causas registradas no Brasil, em 2019.

Os resultados mostraram que, o consumo de ultraprocessados variou de 13% a 21% da ingestão total de alimentos no Brasil em todas as faixas etárias e em todos os gêneros. Com isso um total de 541.260 pessoas com idade de 30 a 69 anos morreram prematuramente em 2019, sendo que 261.061 desses óbitos ocorreram por doenças evitáveis não transmissíveis. Aproximadamente 57 mil dessas mortes poderiam ser associadas ao consumo dos industrializados.

Alguns cenários de redução no consumo de ultraprocessados e os possíveis impactos também foram avaliados pelos cientistas. Cerca de 5,9 mil mortes prematuras por ano poderiam ser prevenidas apenas com a diminuição de 10% desses alimentos, preservando perto de 29 mil vidas, incluindo a adoção de hábitos mais saudáveis e restrição em 50% na quantidade de industrializados ingeridos.

Simulando em uma linha temporal, se o brasileiro voltasse aos números de consumo por ultraprocessados que tínhamos há 10 anos, seriam 12 mil mortes prevenidas anualmente, conforme afirmou, Eduardo Nilson, autor principal do estudo e integrante do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP.

De acordo com o cientista, uma ferramenta para estimar as mortes atribuíveis a um hábito alimentar de baixo teor nutricional pode auxiliar as autoridades nas tomadas de decisão. Em termos de definição de políticas públicas no Brasil, tanto de taxação de alimentos quanto de produção, essas informações devem ser consideradas como prioridade. Inclusive, está alinhado em fazer a base da dieta com alimentos in natura e minimamente processados, com o próprio Guia Alimentar da População Brasileira, que já fala em restringir o consumo de ultraprocessados.

Algumas dessas formulações industriais que estão cada vez mais presentes na rotina do brasileiro são as salsichas, hambúrgueres, nuggets de frango, sorvetes, chocolates, biscoitos, salgadinhos, refrescos e refrigerantes, entre outras. É preciso estar ciente ainda que o consumo desses alimentos esteja associado a muitos desfechos de enfermidades.

Como mostrado no estudo, uma causa significativa de mortes evitáveis e prematuras entre os adultos brasileiros com causas como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer, que se dá devido à alta carga de sódio, açúcar e gordura trans presentes nesses alimentos.

 

 

 

Fonte: CB

Revista Águas Claras

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