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Tudo depende de três informações básicas no atendimento a uma vítima: qual substância foi ingerida, há quanto tempo e em qual quantidade. Em caso de intoxicação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência ou o Corpo de Bombeiros devem ser acionados imediatamente
O cenário de uma intoxicação pode variar tanto quanto os sintomas, que vão desde uma simples dor de cabeça até a perda de consciência. Uma pessoa desorientada perto de uma cartela de remédios. Uma criança com sinais de enjoo ao lado de um produto de limpeza. O socorro eficiente prestado à vítima exige rapidez e precisão, e muitas vezes pode ser questão de vida ou morte.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), ligado ao Samu, atende por ano, uma média de quatro mil casos de intoxicação.
Ao contrário da crença popular, nada de dar leite, forçar o vômito ou obrigar a pessoa a beber água. O melhor a se fazer é ligar para o Samu (192) ou para o Corpo de Bombeiros (193) diante de um quadro de intoxicação. Porém é preciso estar atento e munido com as respostas para três perguntas básicas são fundamentais para um atendimento preciso: qual foi a substância ingerida; há quanto tempo; e em qual quantidade.
“Cada substância ingerida tem um protocolo específico de ação”, explica a médica toxicologista do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), Andréa Amoras Magalhães. “Na tentativa de fazer a vítima melhorar, a pessoa pode tomar alguma medida que aumente ainda mais a intoxicação”, alerta.
Em determinadas situações, o leite aumenta a absorção da substância tóxica. Já a água pode potencializar os danos causados pela ingestão de alguns tipos de produtos químicos. “E se a vítima tiver engolido solvente, gasolina ou tinner, o melhor é não vomitar – além de machucar o estômago, vai acabar lesionando outros órgãos”, informa Andréa.
Diante da ingestão de produtos tóxicos, apenas um médico para saber o que pode ser feito. “Lavagem gástrica, uso de carvão ativado, hemodiálise… O tratamento vai depender do grau intoxicação e da substância consumida pela vítima”, pontua Andréa.
O CIATOx é um serviço de telemedicina ligado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) disponível 24 horas por dia. São 32 unidades espalhadas por todo o Brasil. Ao entrar em contato pelo número 0800-6446774, o usuário é transferido para o centro mais próximo. Por ano, são atendidos uma média de quatro mil casos de intoxicação.
Principais causas
As intoxicações em adultos costumam envolver abuso de drogas (lícitas ou não) ou uso descontrolado de medicamentos. Já em crianças, o contato com substâncias tóxicas costuma ser por produtos de limpeza ou medicamentos.
Geralmente, as crianças observam um adulto tomando remédio ou ficam encantados por uma embalagem colorida na área de serviço e, por curiosidade, decidem experimentar seu conteúdo. “Casos de intoxicação infantil geralmente envolvem descuido do tutor”, alerta o bombeiros militar Estevão Gabriel Aguiar.
Além de conversar com a criança, o socorrista aponta para a importância de manter medicamentos e produtos de limpeza longe do alcance e dos olhos dos pequenos. “Além disso, brinquedos sem certificação do Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia] podem conter substâncias tóxicas”, finaliza.
Fonte: Agência Brasília