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Exame é capaz de detectar 50 doenças em recém nascidos, como a anemia falciforme. Dia Nacional do teste lembra sobre a importância da medida que é obrigatória no país
Seis de junho é o Dia Nacional do Teste do Pezinho, exame capaz de detectar cerca de 50 doenças em recém-nascidos, entre o primeiro e o quinto dia de vida. A data reforça a importância de realizar o teste - também conhecido como triagem neonatal - obrigatório no Brasil desde 1992. O procedimento é uma medida de prevenção e diagnóstico precoce de doenças. Essas enfermidades, caso não tratadas adequadamente, podem gerar sérios problemas na vida das crianças.
De acordo com a médica pediatra Sandi Sato, a partir da coleta de gotas de sangue do calcanhar do bebê, em um papel especial, é feito um mapeamento biológico capaz de diagnosticar, por exemplo, o desenvolvimento de doenças congênitas, raras e metabólicas que podem, inclusive, causar deficiência intelectual. “Muitas delas, além de não apresentar sintomas, podem, ainda, não ter relação com o histórico familiar da criança”, destaca a especialista.
Entre as doenças que podem ser detectadas com o teste do pezinho está a anemia falciforme, doença genética que afeta as células vermelhas do sangue e prejudica a oxigenação em várias partes do corpo. Ela pode apresentar sintomas leves, moderados e graves, com a possibilidade de tratamentos por toda a vida. Os sintomas começam a aparecer somente entre os quatro e seis meses de vida como, por exemplo, icterícia (pele amarelada) e dores nos ossos, músculos e articulações, que podem ser manifestadas por meio de irritação, choro contínuo e falta de apetite.
O teste do pezinho também pode detectar a fibrose cística, condição hereditária que compromete os pulmões e o sistema digestório; e a hiperplasia adrenal congênita, grupo de alterações genéticas que limita a produção de hormônios. A acidúria glutárica também pode ser diagnosticada. É uma doença rara em que o organismo não consegue metabolizar proteínas, o que causa a morte de neurônios.
“A depender da doença, além do tratamento pediátrico, pode ser preciso a atuação de uma equipe multidisciplinar para garantir doses adequadas dos tratamentos. Quanto mais cedo iniciada a intervenção, maior é o sucesso no desenvolvimento dessa criança. Ela ganha a chance de ter uma vida completamente normal como qualquer outra criança. É um teste relativamente simples e que garante uma melhor qualidade de vida desde a infância”, destaca a pediatra.
Saiba mais
O teste é obrigatório para todos os recém-nascidos. O Ministério da Saúde garante o teste básico e é possível encontrar outras versões na rede privada. O exame fica pronto em cerca de 15 a 25 dias, dependendo da metodologia aplicada, que pode incluir mais ou menos exames. Entre eles estão: hormônio tireoidiano, cromatografia de aminoácidos, atividade de biotinidase, hemoglobinopatias, 17OH progesterona e tripsina imunorreativa. Já é possível realizar o teste do pezinho ampliado e a coleta em domicílio.
“Não deixe de realizar o teste do pezinho em seu filho. Um diagnóstico precoce é fundamental para garantir qualidade de vida para seu bebê, sendo capaz de evitar o agravamento de patologias e até mesmo o óbito”, conclui a pediatra Sandi Sato.
Pollyana Cabral