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Saiba sobre o diagnóstico precoce, tratamento e a convivência com as DIIs
Esse mês é marcado pela campanha Maio Roxo e, no dia 19 de maio é o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais, data criada em 2010 para a conscientização sobre essas doenças que afetam mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo.
As Doenças Inflamatórias Intestinais - DIIs são mais frequentes nos países desenvolvidos e no mundo ocidental, embora, desde o fim do século 20, a Ásia, a América Latina e o Oriente Médio vêm registrando aumento no número de casos, o que pode estar associado à industrialização e ocidentalização dos hábitos nesses locais. Cerca de 80% dos casos de DII registrados no Brasil concentram-se nas regiões Sul e Sudeste.
Entre os brasileiros que convivem com a patologia está o sr. Ernesto Gustavo Koberstein, que tem a doença de Crohn diagnosticada em 1974. Ele hoje faz o acompanhamento médico. O paranaense de Curitiba teve o diagnóstico após começar a apresentar sintomas como anemia, diarréia, entre outros e ao confirmar por meio de exames. “Naquela época quase ninguém conhecia a doença de Crohn”, e “de cada 1000 pessoas 1 era acometida com a doença”, conta.
Desde então, o sr. Ernesto passou a ter o acompanhamento médico contínuo. Em algumas fases se sentia melhor, chegou a ficar 17 anos sem nem parecer ter a doença, e em outros momentos necessitou até mesmo de cirurgia. Atualmente se sente bem.
“Essa é minha caminhada com essa doença autoimune. Com as medicações nas horas certas e o acompanhamento, estou me sentindo bem. Tive um tratamento muito bom com a Dra. Zuleica e o Dr. Bruno, sinto-me confiante com eles, que me atendem muito bem. Mas não adianta ter bons médicos se nós não fizermos a nossa parte”, explica.
A gastroenterologista e coordenadora do Núcleo Especializado de Doenças Intestinais Complexas (NEDIC), de um renomado Hospital em Brasília, Dra. Zuleica Barrio Bortoli, explica que o tratamento se baseia em uso de medicamentos que combatem a inflamação, que podem ser imunossupressores, anti-inflamatórios e imunobiológicos. “Hábitos de vida saudáveis e uma alimentação natural também são importantes para o controle do quadro”, ressalta.
Tipos de doenças inflamatórias intestinais
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são alterações que provocam inflamação intestinal crônica no aparelho digestivo. Existem dois tipos de DII: a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU).
-Doença de Crohn - causa inflamação em todas as camadas do tubo digestivo, da boca ao ânus. É mais frequente nos intestinos delgado e grosso.
-Retocolite Ulcerativa - provoca úlceras (feridas) no intestino grosso e no reto, acometendo as camadas mais superficiais da parede do intestino.
Sintomas de inflamação intestinal
Intestino inflamado, quais sintomas? Apesar de existirem dois tipos de DII, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, os sinais são bem semelhantes para ambos os casos. Os mais comuns são:
-Dor abdominal;
-Diarreia com muco e sangue;
-Emagrecimento não intencional;
-Perda do apetite;
-Febre;
-Fístulas anais com saída de secreção purulenta.
Nesses casos, alerta a médica, é necessário procurar ajuda especializada e ficar atento se os sintomas não cessam ou demoram a falhar.
Exames para doenças inflamatórias intestinais
O diagnóstico das DIIS é feito considerando alguns fatores, entre eles: histórico do paciente e exames. Os exames podem ser físicos, ou seja, feitos pelo médico especialista no consultório, exames laboratoriais e de imagem, como colonoscopia, estudo radiológico dos intestinos, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Apesar dessas doenças não terem cura, com o diagnóstico precoce é possível tratar e melhorar a qualidade de vida, bem como evitar complicações e minimizar os sintomas. Isso porque o cuidado adequado contribui para a remissão da doença, permitindo que o paciente possa conviver melhor com ela.
Por Pollyana Cabral