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45 funcionários que ingressaram a empresa por meio de concurso foram dispensados. Trabalhadores farão manifestação em frente à Câmara Legislativa nesta terça-feira (12/4), já que o quantitativo deve chegar a 120 funcionários no total
No dia 31 de março, houve o encerramento da cláusula de estabilidade firmada no contrato de privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB), e nesta segunda-feira (11/4), 45 funcionários da distribuidora, servidores de carreira, que ingressaram por meio de concurso público, foram surpreendidos com a demissão em massa ao chegarem ao trabalho.
A Neoenergia não avisou em nenhum momento a decisão dos gestores, muito menos o sindicato. E com a mudança repentina, os ex-funcionários foram escoltados por seguranças da empresa até o portão de saída. A tensão é grande, já que existe a previsão que o número total de demissões chegue a 120.
Max Kolbe, representante dos funcionários, o advogado especialista em concursos e servidores públicos, explicou que os servidores demitidos, se recusaram a assinar o plano de demissão voluntária (PDV). "Depois que privatizam, forçam a uma demissão ou à assinatura do plano. É uma esculhambação dos direitos trabalhistas desses concursados. Essa história de demitir para cortar os recursos é desculpa. Trataram os funcionários como bandidos", explanou.
Na noite de ontem, ficou definido em reunião que uma nova ação judicial seria aberta para reivindicar a reintegração dos empregados assim como também um pedido de indenização.
A Neoenergia se manifestou através de nota:
A Neoenergia justificou o desligamento dos 45 colaboradores, em nota, na manhã desta terça-feira (12): "Informamos que se trata de um movimento dentro das perspectivas operacionais da empresa, que busca profissionais com competências alinhadas ao perfil da companhia. Não se trata de desligamento em massa ou de redução do quadro total de funcionários da empresa". Confira o texto na íntegra:
"A Neoenergia Brasília informa que tem atuado para prestar serviços de qualidade à população do Distrito Federal desde que chegou à capital no último ano, investindo em infraestrutura e na geração de empregos. O investimento realizado no Distrito Federal foi superior a R$ 230 milhões, quatro vezes maior do que o aplicado anteriormente. Em relação à força de trabalho, em um ano, 785 colaboradores foram somados ao time da distribuidora entre próprios e terceiros. Um aumento de 42% no número de profissionais que atuam na empresa.
Até o fim deste ano, vamos ofertar mais de 300 novas oportunidades, o que reforça nosso compromisso na geração de novos empregos na capital federal. Sobre os desligamentos de 45 colaboradores, informamos que se trata de um movimento dentro das perspectivas operacionais da empresa, que busca profissionais com competências alinhadas ao perfil da companhia. Não se trata de desligamento em massa ou de redução do quadro total de funcionários da empresa.
Esses desligamentos representam 1,8% da força de trabalho da empresa e não afetarão as operações da distribuidora, diante do incremento na força de trabalho acima exposta, iniciada desde que a Neoenergia chegou à capital.
Importante ressaltar que os referidos desligamentos não ferem o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), assinado entre as partes, que previa estabilidade empregatícia por mais um ano, após a concessão dos serviços de distribuição de energia à Neoenergia, e foram realizados após o Plano de Demissão Voluntária, oferecido anteriormente aos empregados.
Dentro das perspectivas operacionais da distribuidora, não haverá outros desligamentos similares ao ocorrido na segunda-feira (11/4). Entretanto, desligamentos são processos que fazem parte do poder diretivo de qualquer empresa e poderão ocorrer sempre que necessário, com a devida atenção às obrigações e direitos previstos na legislação trabalhista."
Agora é aguardar as decisões e intermediações feitas pelo sindicato e advogados.
*Com informações CB.