Mês da saúde: sedentarismo está diretamente ligado a doenças cardiovasculares

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o sedentarismo atinge 70% da população mundial. Conheça os principais exames para avaliar a saúde física e adotar a prática de exercícios

 

Abril é o mês em que se comemora datas relacionadas à saúde, a começar pelo Dia Mundial da Atividade Física (6), que antecede o Dia Mundial da Saúde (7). O bem-estar físico, além do mental e social, é um dos fatores que está diretamente ligado ao conceito de saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). E para se ter saúde física, é essencial ter hábitos saudáveis. Além de trabalhar na redução do estresse, é preciso ter uma alimentação balanceada e, claro, ter uma vida mais ativa, longe do sedentarismo.

O médico cardiologista Daniel França Vasconcelos afirma que o sedentarismo faz parte de um grupo de fatores de risco para o desenvolvimento de várias doenças, sobretudo as cardiovasculares – que atingem o coração e os vasos sanguíneos. “Entre os distúrbios que a atividade física ajuda a prevenir estão o infarto, o AVC (Acidente Vascular Cerebral), além de quadros demenciais e câncer”, reforça o médico.

De acordo com a OMS o sedentarismo atinge 70% da população mundial. O médico cardiologista Leandro Valim reforça que o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e o fato aflige todas as classes socias. “A falta de educação e ensino não são justificativas para o sedentarismo. As facilidades disponíveis por meio de recursos financeiros podem também acomodar as pessoas”, destaca o médico.

Segundo Valim, a mudança de hábito é difícil e muitos pacientes precisam passar por situações extremas para mudar. “Depois do susto de um infarto, muitos acabam se tornando pessoas mais ativas, mais magras, mais produtivos e mais saudáveis de maneira geral”, avalia.

As doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo e está diretamente ligada ao sedentarismo. Segundo Leandro Valim, a idade é um fator de risco, quanto maior, mais chances de desenvolver doenças ligadas ao coração. “Apesar desse fator, infelizmente temos visto pessoas cada vez mais jovens, entre 35 e 40 anos, acometidas por doenças cardiovasculares”, destaca o médico.

Mas para quem quer fugir dessa triste realidade, vale avaliar a saúde física e começar a se movimentar.

Avaliação da saúde física

De acordo com o cardiologista Daniel Vasconcelos para avaliar a condição física, do ponto de vista da saúde cardiovascular, é recomendado fazer uma avaliação anatômica e funcional do coração com o eletrocardiograma (ECG) e prova de esforço. “Por meio desse exame, associado à condição da atividade física, é possível avaliar o condicionamento físico do paciente, além de detectar problemas cardiovasculares, a exemplo de irregularidades no ritmo cardíaco”, explica o especialista que reforça também a importância do exame sanguíneo para avaliar as funções dos rins e fígado, além do colesterol e glicose. “O eletrocardiograma e a prova de esforço, associados ao exame de sangue, podem ajudar a traçar o perfil da saúde física do paciente”, reforça.

Indicado para avaliação da saúde vascular, o doppler de carótidas, também conhecido como ultrassom das carótidas, examina o interior das artérias carótidas, vasos que transportam oxigênio para o cérebro e que passam pela lateral do pescoço. “Com esse exame é possível ver se tem depósito de gordura nas artérias, como processo inicial da doença aterosclerótica, responsável por provocar infarto agudo do miocárdio, AVC, entre outras enfermidades”, explica Daniel Vasconcelos. O ecocardiograma também é um exame que segue o mesmo princípio do ultrassom, para avaliar a anatomia do coração e suas estruturas.

Em situações mais especiais, com o objetivo de avaliar se o paciente tem ou não saúde física, existe a angiotomografia de coronárias, um exame de diagnóstico por imagem que tem como foco visualizar as veias e artérias coronárias (que levam o fluxo sanguíneo até o coração), em busca de possíveis obstruções, sem procedimento invasivo como, por exemplo, o cateterismo. “Normalmente, é um exame que precisa passar pela avaliação de um cardiologista para definir se há ou não necessidade de realizá-lo. É um excelente exame para descartar doenças coronarianas”, ressalta o especialista.

Quero me exercitar, devo fazer todos esses exames?

Nem todos precisam realizar os exames mencionados. A caminhada, por exemplo, é uma atividade segura para todos e é indicada, no mínimo, duas horas e meia por semana.
Mas, caso o indivíduo pretenda fazer algum tipo de treinamento, que seja um pouco mais intenso, o cardiologista do Exame/Dasa indica uma avaliação cardiovascular antes de iniciar a atividade física, principalmente depois dos 40 anos.

Já para as pessoas que tenham doenças como hipertensão, diabetes ou histórico na família de infarto antes dos 50 anos, é indispensável uma avaliação com o médico cardiologista, independente da idade, para definir o perfil do paciente e indicar quais exames são necessários realizar e com qual frequência fazê-los”, destaca o médico.

Como definido pela OMS, o conceito de saúde não implica apenas a parte física, mas também a mental e social. Então, Daniel Vasconcelos reforça a importância de cuidar da saúde como um todo, adotando um estilo de vida saudável. “Além da atividade física, aconselho trabalhar para reduzir o estresse, meditar, amar o próximo, não fumar e não beber em doses excessivas. Certamente são fatores que ajudarão no equilíbrio do organismo – melhorando a parte física e mental”, conclui o cardiologista.

 

 

 

*Por Pollyana Cabral 

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