Números são tratados como positivos, mas há cautela
Divulgação: Agência Brasília
Balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF) mostra que os Crimes Letais e Intencionais (CVLI) – que agrupam homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte – registrados em outubro correspondem ao menor número de vítimas no mesmo mês em 21 anos.
Em relação a outubro do ano passado, quando 42 pessoas foram vítimas desses crimes, a redução chega a 14,3%. No último mês, 36 pessoas perderam a vida. O acumulado desses tipos de crime nos dez meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, também revela queda, desta vez de 7%, o que corresponde a 26 vidas preservadas.
“Sabíamos que o desafio neste ano seria grande, pois fechamos 2019 com o maior número de vidas foram poupadas nos últimos 35 anos. Desta forma, traçamos estratégias para que conseguíssemos continuar com a redução mensal dos índices criminais. Com a pandemia, tivemos que adaptar nossas ações para conseguir atingir a meta”, avalia o secretário de Segurança Pública, delegado Anderson Torres. “Iniciamos operações, investimos em videomonitoramento e, com apoio incansável e determinante das forças de segurança, estamos fechando mais um mês com reduções expressivas. Só posso agradecer o empenho de todos envolvidos”, diz.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os números foram alcançados devido a ações coordenadas em conjunto com as forças de segurança, investimento em tecnologia e uso de inteligência policial, o que, diz a pasta, tem sido primordial para a redução dos índices criminais no Distrito Federal.
O estudo aponta também que não houve nenhum feminicídio na capital federal em outubro, sendo o terceiro mês deste ano a não registrar essa tipificação criminal, que também não ocorreu em fevereiro e maio. No acumulado dos dez meses deste ano houve redução de 51,8% nos feminicídios em relação ao mesmo período do ano passado, de 27 para 13 casos este ano.
O aumento do crime de gênero era uma preocupação da Segurança Pública no início da pandemia, como afirma Anderson Torres. “Por conta disso concentramos esforços para a divulgação de nossas campanhas de incentivo às denúncias, como a #MetaAColher, e dos canais de atendimento. O DF se manteve na contramão da média nacional, que registrou aumento dos feminicídios”, explica.
Crimes contra o patrimônio
Os Crimes Contra o Patrimônio (CCPs) acompanhados prioritariamente pela SSP/DF – roubos a pedestre, veículos, transporte coletivo, comércio, residência e furto em veículo – tiveram redução de 48,3%, em outubro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso representa quase dois mil roubos e furtos a menos no DF. No acumulado dos dez meses deste ano a redução dos crimes chegou a 31,9%.
O maior decréscimo apresentado em setembro deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2019, refere-se ao furto em veículo – que chegou a 53,7%. Na sequência aparece roubo de veículo (50,5%), roubo em transporte coletivo (50%), roubo em comércio (47,2%) e roubo a transeunte, com 45,9% de queda. Em outubro deste ano foram registrados 30 roubos em residência a menos que no mesmo mês do ano passado. Em 2020 foram 25 crimes e, no ano passado, 55.
Um dos investimentos que têm contribuído com o trabalho das forças de segurança para a redução criminal é a instalação de câmeras de videomonitoramento. Atualmente há 928 equipamentos fixos e móveis da SSP/DF instalados em regiões administrativas do DF, transmitindo imagens, em tempo real, para o Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB). Em 22 meses, o número de equipamentos instalados aumentou quase 60%. Em janeiro de 2019, o Distrito Federal contava com 584 câmeras.
Para o comandante-geral da PMDF, coronel Julian Pontes, os dados de outubro são muito positivos e seguem a tendência do ano de 2020. “Esses índices refletem um esforço da PMDF em levar segurança, tranquilidade e ordem para a população do DF. Estamos, diuturnamente, aprimorando nossos processos e procedimentos, tanto os internos quanto os operacionais. Nossas ações estão baseadas em três premissas: análise criminal, emprego da inteligência policial e policiamento de proximidade com foco na resolução de problemas. Com orgulho afirmamos que a Polícia Militar é muito mais que segurança”, afirma.
A PCDF intensificou o combate ao tráfico de drogas, o que contribui diretamente para redução dos crimes patrimoniais, como diz o diretor-geral da entidade, Robson Cândido. “Realizamos grandes apreensões – mais de seis toneladas de maconha e seis mil comprimidos de ectasy – gerando impacto nos crimes de roubo, furto e latrocínio. Isso ocorre, pois quando se tem menos drogas em circulação, os usuários estão menos propensos ao crime. Em outra frente, direcionamos boa parte do efetivo na investigação desses crimes. Com essas diretrizes conseguimos entregar resultados expressivos à sociedade”, afirma.
Com informações da Secretaria de Segurança