Procedimentos beneficiaram 31 pacientes que necessitavam de córnea e nove que precisavam de um rim novo
Reprodução: Iges/DF
Balanço recente do Hospital de Base (HB) revela que, mesmo com a pandemia, alguns procedimentos importantes não deixaram de ser executados – com toda a segurança – na unidade. De 1º de janeiro ao dia 22 deste mês, foram realizados no local 40 transplantes, beneficiando 31 pacientes que necessitavam de córnea e nove que precisavam de um novo rim.
A notícia é um destaque para a campanha Setembro Verde, que, em nível nacional, institui este mês como base para divulgação da importância da doação de órgãos e tecidos. Nesse mesmo período, a Central de Transplantes (CET), da Secretaria de Saúde (SES), contabiliza que, no total, em toda a rede, foram feitos 17 transplantes de coração, 71 de medula óssea, 135 de córnea, 47 de rim e 74 de fígado.
Mudanças no procedimento
A chefe do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da CET, Camila Vieira, lembra que, com a pandemia, o Ministério da Saúde lançou uma nota técnica alertando que somente doadores de órgãos sólidos – como coração e rins – também poderiam doar córneas, que são considerados tecidos. O coração ainda precisava estar pulsando, caso contrário não estava autorizada a retirada nem mesmo de córneas, como ocorria antes.
“Agora [no dia 18 deste mês], o ministério publicou uma nova nota autorizando a retomada da retirada de tecidos em doadores com o coração parado, e estamos num processo de reajustes para ampliar novamente a captação de córneas”, informa Camila. “Esperamos restabelecer todas essas doações e transplantes.”
Responsável técnica pelo Banco de Olhos do DF, a médica Micheline Borges esclarece: “Vivemos o pico agora, com muitos óbitos por Covid-19, então não podíamos fazer a captação em pessoas que apresentassem qualquer problema pulmonar. Temos que garantir a segurança e qualidades desses órgãos”. Ela atenta que sempre é feita uma triagem detalhada de possíveis doadores para captar órgãos.
Como doar órgãos
Há dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, uma pessoa que concorde com a doação de um dos seus rins ou de parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão. Nesses casos, geralmente, os doadores são parentes ou familiares que têm órgãos compatíveis com a pessoa que precisa receber. No caso específico de medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília como candidatos à doação.
O segundo tipo é o doador falecido, um paciente com diagnóstico de morte encefálica ou morte por parada cardíaca, com doação aprovada pela família. Somente familiares podem autorizar a doação dos órgãos após o diagnóstico de morte encefálica ou falecimento causado por parada cardíaca. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas, com diferentes órgãos.