Foto: Álvaro Henrique/SEEDF
Curva de contágio do novo coronavírus impede reabertura de escolas públicas. Segundo Leandro Cruz, não existe previsão de retorno de atividades presenciais
Na manhã desta terça-feira (1), o Secretário de Educação do Distrito Federal, Leandro Cruz, afirmou que "não existe previsão de retorno das aulas presenciais" e que o ano letivo nas escolas públicas da capital pode ser finalizado apenas com atividades a distância (assista abaixo).
Ele falou ainda sobre o tema em entrevista ao Bom Dia DF. A previsão da pasta é de que o ano letivo seja concluído até o dia 28 de janeiro.
Na última segunda-feira (31), a Secretaria de Educação chegou a prever a retomadas das atividades presenciais, mas recuou pouco mais de uma semana antes da data. "O nosso objetivo era estar retornando agora exatamente nesse momento, no calendário escalonado, pela curva da pandemia não foi possível", disse.
"Nós não colocaríamos em risco nossos professores, funcionários e principalmente nossos estudantes para servir como vetores de propagação da doença."
O secretário, questionado sobre a possibilidade de os alunos serem prejudicados devido às restrições no ano letivo, como a falta de internet dos estudantes (saiba mais abaixo), afirmou que "terá danos a todos os alunos em 2020, aos que estão em forma remota e mais ainda àqueles que não estão".
Internet gratuita
Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, as atividades de ensino na rede pública voltaram no dia 22 de junho, apenas a distância. Desde então, quem não tem internet pode buscar o material impresso nas escolas, é o chamado "kit pedagógico".
Atualmente, para quem depende da internet do celular, o acesso ocorre por meio dos dados móveis, que são limitados e cobrados do usuário. Um projeto do GDF prevê que o acesso à plataforma Google Sala de Aula – onde o conteúdo de ensino é disponibilizado – seja realizado sem gastar o pacote de dados dos usuários.
O secretário afirma que a pasta disponibilizou em agosto o edital de chamamento público que abriu a possibilidade das operadoras se credenciarem para fornecer o serviço (veja entrevista completa acima). Contudo, não houve adesão das empresas. Mais de dois meses após o início das aulas a distância na rede pública, a promessa de fornecer internet gratuita para alunos e professores não se concretizou.
“A internet gratuita para alunos da rede pública do DF não saiu do papel: 'Só não fico perdida porque tem material impresso', diz mãe
De acordo com o secretário, a pasta agora planeja o envio de um projeto de lei à Câmara Legislativa do Distrito Federal, que propõe isenção de ICMS sobre as operações de telefonia, para estimular a parceria com as operadoras.
Questionado sobre a dinâmica de ensino em que parte dos alunos recebem material impresso e outra consegue assistir aulas online, Leandro Cruz afirma que "não tinha ninguém em condições de estar preparado para este momento", e que o cenário é resultado de "uma dívida histórica".
"São 468 mil estudantes da rede e nunca teve uma política de distribuição de equipamentos digitais para esses estudantes", disse.
Segundo o secretário o processo de fornecimento de internet gratuita segue o processo legal e está em conformidade com o orçamento da pasta.