Foto: Arquivo pessoal
Vítima estava na carona de uma moto, no Lago Sul, quando foi atingida pelo motorista Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, que fugiu do local. Ela está na UTI desde 16 de agosto; ela amputou a mão e teve que reconstruir os seios.
Ferida gravemente após ter sido carregada por quatro quilômetros no capô de um carro depois de um acidente, no Lago Sul, a jovem de 18 anos disse à mãe que se lembra de todos os detalhes da batida. Ela e o namorado voltavam para casa, de moto, quando foram atingidos por um carro.
O motorista funcionário do Senado Federal, Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello, de 32 anos, fugiu sem prestar socorro. O acidente foi na madrugada de 16 de agosto e a jovem ficou gravemente ferida (relembre abaixo).
Motorista que atropelou e carregou jovem por 4 km após acidente no DF é funcionário do Senado
A mãe de Paula Thays de Oliveira disse que a jovem foi direto para a UTI do Hospital de Base onde amputou uma mão e teve que fazer a reconstrução dos seios. De acordo com Marilene Gomes dos Santos de Souza, a filha só abriu os olhos uma semana depois do acidente, mas já conversou com familiares e contou detalhes do que aconteceu.
"Ela disse se lembrar de tudo, de quando o carro pegou ela. Ela chorava muito, tentei acalmá-la falando pra esquecer. O mais difícil ela já passou", disse a mãe da jovem.
A mãe, que trabalha como empregada doméstica, contou à reportagem que Paula Thays está se recuperando muito rápido e que a considera "uma guerreira".
A Polícia Civil conseguiu identificar o motorista cerca de 24 horas depois do acidente, mas não divulgou o nome dele. No mesmo dia, acompanhado da defesa, Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello foi ouvido pelos investigadores.
Na delegacia, advogada Ana Carolina Alipaz, disse que o funcionário do Senado teve um "apagão", está com um "grave problema de depressão" e faz uso de remédios. Ela afirmou ainda que Caio não se lembrava do momento do acidente.
"Ele estava muito mal, está saindo de um divórcio. Ele está muito triste com tudo isso, está muito abalado", disse a advogada.
De acordo com a advogada, Caio se dispôs a ajudar a vítima "tanto no auxílio emocional como material", porque está disposto a reparar os danos que ocorreram. Ana Carolina alega que o cliente não fugiu no local.
"Ele não fugiu, ele falou que não estava consciente", disse a defesa de Caio Ferraz Pontes de Mello.
CNH recolhida
Foi apurado que Caio Ericson Ferraz Pontes de Mello teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida pelo Departamento de Trânsito (Detran-DF), em 2009. O motivo foi dirigir sob efeito de "substância psicoativa".
Conforme a publicação no Diário Oficial, de 23 de abril de 2009, Caio infringiu o artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que considera infração gravíssima "dirigir sob influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência".
Com a medida, fica determinada a suspensão do direito de dirigir por até 12 meses e, em alguns casos, a retenção do veículo. "Após ciência do interessado, caso o infrator seja encontrado conduzindo qualquer veículo automotor, o seu documento de habilitação poderá ser cassado", diz trecho da publicação.
O acidente
O acidente ocorreu por volta das 2h30 de 16 de agosto, na QI 19 do Lago Sul – área nobre de Brasília. Paula Thays de Oliveira estava na carona da moto do namorado, Douglas dos Santos, de 20 anos. Ao reduzir a velocidade por causa de um radar, os dois foram atingidos pelo carro de Caio.
O casal estava a caminho de casa, em São Sebastião. O namorado de Thais afirma que Caio trafegava em alta velocidade.
De acordo com amigos do casal, que estavam em outra moto e viram o acidente, Douglas foi lançado para a pista e Paula Thays ficou presa ao capô do veículo. A jovem foi levada pelo carro até a altura da QI 23.
O veículo que atropelou o casal no Lago Sul foi apreendido pela polícia em uma oficina mecânica no Guará II. O automóvel, que está no nome de uma irmã de Caio Ferraz Pontes de Mello, estava com a frente amassada e passava por reparos.
Segundo o delegado, os funcionários do estabelecimento não sabiam que se tratava do carro envolvido no acidente. O serviço custaria R$ 7,5 mil.
O delegado Bruno Dias, responsável pelas investigações, disse que chegou até o veículo a partir da análise de câmeras de segurança do local do acidente. AS imagens permitiram à polícia identificar a placa do automóvel.
Fonte: G!.