Foto: Hugo Barreto
Empresários buscam adotar protocolos de segurança, enquanto governo prepara ações de fiscalização do DF Legal e da Vigilância Sanitária
Na capital federal, os estabelecimentos poderão reabrir em 15 de julho, e com a reabertura de bares e restaurantes no Rio de Janeiro marcada por imagens de pessoas sem máscaras e grandes aglomerações, cenas avessas às condições estabelecidas para o regresso seguro da atividade durante a pandemia do novo coronavírus, o episódio acendeu o alerta no Distrito Federal. Empresários e o Executivo local se preparam no sentido de evitar que o mesmo se repita na capital do país.
“Não podemos deixar isso acontecer em Brasília. Sofremos por 120 dias e não podemos dar esse tiro no pé”, pontuou o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), Jael Antônio da Silva. “E o Rio tem características noturnas muito diferentes do DF”, frisou.
Fiscalização será chamada
Para o presidente do Sindhobar, não haverá dificuldades no cumprimento das regras impostas pelo Poder Público para que bares e restaurantes brasilienses voltem a funcionar. Ele lembra que grande parte dos bares cariocas serve os clientes nas ruas, enquanto a maioria das casas do DF atende as pessoas dentro do estabelecimento. Mesmo assim, segundo Jael Antônio da Silva, o sindicato fará campanha de conscientização de bares, restaurantes e público.
“A responsabilidade é dividida por todos. Se ocorrer qualquer infração, nós vamos chamar a fiscalização”, assegurou.
Do ponto de vista do proprietário do Bar Responsa, Gustavo Leal, o DF tem condições perfeitas para evitar aglomerações na reabertura dos estabelecimentos. Para retomar as atividades com segurança, o Responsa está ajustando protocolos para clientes e colaboradores. Filas terão espaçamento marcado por fitas e mesas serão distanciadas. “Vamos seguir as recomendações do GDF e organizações sanitárias“, prometeu.
Vidas em primeiro lugar
Por outro lado, o empresário Rodrigo Barata, um dos sócios da Cervejaria Criolina, ainda avalia se retomará as atividades neste momento. O galpão do estabelecimento comporta 300 pessoas. Reduzido pela metade, receberia 150. Mas o empresário ainda pondera qual seria o protocolo seguro de operação.
“Vi as imagens do Leblon (RJ). É um assunto delicado mesmo. Pensamos em primeiro lugar na saúde dos nossos clientes e funcionários. Não queremos oferecer risco a ninguém. E temos um público bastante consciente. Nossa ideia é ouvi-los, saber o que o brasiliense tem a dizer sobre o assunto”, comentou.
O proprietário dos restaurantes Caminito Parrilla e Nazo Sushibar, Rafael Lago, lamentou as cenas de aglomeração cariocas. “É ruim para todo mundo. É ruim para a população. É ruim para os empresários”, afirmou. Para Lago, os restaurantes terão mais facilidade de evitar casos semelhantes e implantar todos os protocolos de segurança para a reabertura.
Marcação cerrada
Um dos pontos críticos dessa questão é: o que acontecerá se o público fizer aglomerações em vias e estacionamentos nos arredores de bares e restaurantes brasilienses?
Em parceria com outros órgãos de investigação, o DF Legal vai elaborar programação de monitoramento do setor. A pasta já trabalha na fiscalização e conscientização da população sobre o uso das máscaras, obrigatório no DF. Até 30 de junho, cerca de 68 mil pessoas foram abordadas e 63 multas aplicadas.
Além disso, há cerca de 15 dias, a Vigilância Sanitária do DF elaborou um plano de ação para acompanhar o retorno de várias atividades no DF. Nesse sentido, todos os segmentos econômicos receberam visitas e notas técnicas sobre os procedimentos a serem adotados. A partir da próxima semana, vistorias entrarão em marcha.
As denúncias sobre aglomerações e falta de uso de máscaras podem ser feitas pela Ouvidoria da Saúde, no telefone 160; e na Ouvidoria do GDF, pelo site e também por meio do telefone 162, opção 2.
Fonte: Metrópoles.