Manter a imunidade alta é primordial. Espirros, nariz congestionado, tosse, febre, dores na cabeça e no corpo são alguns dos sintomas de que a imunidade não está tão bem
Quem mora na capital há muito tempo consegue se acostumar. Frio e umidade relativa do ar lá embaixo. Madrugadas e manhãs geladas. À tarde o sol aparece de forma tímida e aquece um pouco. Essas são as principais características do inverno no Distrito Federal. Quem visita pela primeira vez, estranha. No entanto, mesmo conhecendo as peculiaridades da estação na cidade, quem tem qualquer tipo de doença respiratória enfrenta a chegada do período com sofrimento.
Espirros, nariz congestionado, tosse, febre, dores na cabeça e no corpo são alguns dos sintomas de que a imunidade não está tão bem. Para a pedagoga Thaís Vieira, 36 anos, esses são os sinais da chegada da rinite e da sinusite. A moradora da Asa Sul foi diagnosticada com as duas doenças na adolescência, quando morava no Rio de Janeiro e estava mudando de casa. “A gente mexendo com poeira, tirando os móveis do lugar. Muitas coisas estavam no mesmo local há muito tempo e comecei a espirrar. Parecia ser uma alergia da poeira. Mas mesmo depois de entrarmos na casa nova, os espirros e dores de cabeça persistiram”, lembra.
Depois de casar na capital carioca, em 2015, ela veio para o DF, onde o marido assumiu um cargo público. “Cheguei nesse período, em junho. Já senti a diferença no clima de cara. Onde eu morava era úmido, perto de praia. São cinco anos aqui e ainda sofro bastante. Às vezes vou ao médico, tomo alguma medicação indicada, mas é algo que sei que carregarei por muito tempo”, disse a pedagoga.
O servidor público Rafael Andrade, 33, também tem sinusite e rinite. Este ano, outra doença respiratória surpreendeu o morador da Asa Sul. “Acabei pegando coronavírus e, por fazer parte do grupo de risco, isso me assustou muito. Tomei os cuidados necessários, mas precisei participar de reuniões no trabalho e acabei sendo infectado. Depois do exame positivo, fiquei isolado, tomando o remédio que me passaram e, agora, estou melhor e liberado”, comemora. “Antes, eu tinha dois vilões: rinite e sinusite. Hoje, tenho que enfrentar também a covid-19. Esse time está só crescendo, mas espero que logo encontremos a solução”, ressalta.
Cuidados
O pneumologista do Laboratório Exame Elie Fiss explica que as “doenças do inverno”, como asma, bronquite, rinite, entre outras, são consequência do resfriamento e da mudança brusca do clima. Ele destaca que a umidade relativa do ar baixa do DF acentua essas e as demais viroses. Com a chegada do novo coronavírus, aqueles que já têm alguma infecção respiratória devem redobrar os cuidados neste período. O médico frisa que esses não são mais suscetível a pegar a doença, mas, em caso de infecção, entra para o grupo de quem tem mais chances de desenvolver complicações.
“Se a pessoa, sendo ou não do grupo de risco, apresentar quaisquer sintomas e eles persistirem, o indicado é ir ao médico. Até porque, agora, tem o coronavírus e pode ser ele, não aquela doença que o paciente já tem”, diz. O especialista destaca que, mesmo que o paciente apresente sintomas que teve em períodos anteriores, ele deve sempre procurar um médico, uma vez que pode se tratar de uma outra doença, e nunca se automedicar.
Previsão
O inverno está no início e, ao que tudo indica, a tendência é de que os próximos dias sejam ainda mais frios. Na madrugada de ontem, o DF registrou uma das temperaturas mais baixas do ano, chegando a 7ºC. A menor marca de 2020 ocorreu em 27 de maio, com 6,3ºC. Para hoje, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê mínima de 13ºC nas primeiras horas da manhã. A máxima não passa dos 25ºC, à tarde. O céu fica de claro a parcialmente nublado, com períodos de nublado. O Sol aparece no decorrer do dia.
A meteorologista Andréa Ramos explica que essa é uma das principais características do inverno: madrugadas e manhãs geladas, enquanto as tardes ficam ensolaradas. A umidade relativa do ar varia de 95% a 35%. “O clima tende a persistir da mesma forma nos próximos dias. A temperatura mínima fica em torno dos 10ºC, deixando os dias cada vez mais frios. A umidade do ar vai baixando, dando lugar à seca típica do período. O inverno, realmente chegou”, informa a especialista.
Como identificar as doenças respiratórias
- Covid-19 — Tosse, febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar
- Gripe — Febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo, dor de cabeça
- Pneumonia — Tosse, dor torácica, que piora com os movimentos respiratórios; mal-estar geral; falta de ar e febre
- Resfriado — Coceira no nariz, irritação na garganta, espirros e secreção nasal. Se apresentar febre, as temperaturas são baixas
- Rinite — Obstrução nasal, coriza, espirros. Muitas vezes acompanham sintomas oculares como prurido, hiperemia conjuntival e lacrimejamento. Esses sintomas podem melhorar espontaneamente. Nos casos crônicos, pode ocorrer perda do paladar e do olfato
- Sinusite — Febre, cansaço, coriza, tosse, dores musculares, dor de cabeça nos seios da face e perda de apetite
Fonte: Ministério da Saúde/Correio Braziliense.