Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS.
Necessidade do mais novo e obrigatório acessório para exercícios ao ar livre em tempos de Covid-19 é reforçada por especialistas
Antes mesmo de um decreto do Poder Executivo tornar obrigatório o uso da máscara de proteção e fixar punições para quem descumprir a determinação nas ruas do Distrito Federal, brasilienses que praticam atividades ao ar livre vinham usando o acessório (foto em destaque) para se proteger do novo coronavírus. Muitos reclamam do desconforto e ainda há quem se arrisque sem o item, apesar do medo da Covid-19 e da multa pesada pelo não uso da máscara (R$ 2 mil). Especialistas, contudo, advertem que ela é fundamental na hora de malhar.
“Ainda temos visto pessoas ou não utilizando máscara ou usando de forma inadequada, seja ela no queixo ou só cobrindo a boca. A máscara tem que cobrir nariz e boca”, reforça a infectologista do Hospital de Águas Claras, doutora Ana Helena Germoglio.
Um estudo conduzido por universidades na Bélgica e na Holanda demonstrou que perdigotos podem se espalhar por até 20 metros durante a prática de exercícios. De acordo com o professor Bert Blocken, um dos responsáveis pela pesquisa, a máscara pode prevenir que um indivíduo entre em contato com as gotículas de outras pessoas ou as emita.
Mas, a relação entre quem realiza atividades físicas e as máscaras é complicada. “Minha percepção é que puxo muito mais a respiração, acabo ficando com falta de ar e canso muito mais rápido”, reclama Marco Aurélio, estudante de educação física de 27 anos.
Praticante de corrida, o jovem não se mostra muito fã do novo apetrecho, alegando que “como não tenho o costume, é impossível manter o desempenho com a máscara”.
Entretanto, a doutora Ana Helena Germoglio ressalta a importância do equipamento de proteção individual: “Mesmo se tratando de atividades ao ar livre, vamos disseminando gotículas chamadas perdigotos. Dependendo da velocidade, a disseminação desses perdigotos é ainda maior, por isso a importância da máscara”.
Dicas dos profissionais
A professora Jaqueline Godoi, 29, compartilha do sentimento de Marcos. “Tem prejudicado muito meus treinos, ainda mais nesse clima seco de Brasília”, queixa-se a brasiliense. Para facilitar a respiração, ela tem adotado modelos descartáveis, por serem mais leves.
Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, é justamente o desconforto causado pela escolha equivocada do material que leva à má utilização das máscaras. “Uma opção que tem sido utilizada bastante é o protetor facial, chamado de face shield”, comenta a médica. A especialista lembra que, após as atividades, as máscaras devem ser lavadas ou jogadas fora, a depender do material.
Presidente e fundadora do Sindicato das Academias do DF (Sindac), Thais Yeleni Ferreira reforça o protocolo proposto ao GDF para liberar a reabertura dos estabelecimentos. Nele, o uso da máscara é um dos alicerces das medidas preventivas contra o novo coronavírus e que, dentre outras medidas, “tornam o ambiente das academias mais seguro do que de outros que já estão abertos, tais como supermercados, lojas e shoppings”, alega Thais.
Fonte: Metrópoles.