A baixa corrente aquece uma camada de fibra de carbono dentro da máscara e mata germes, bactérias e vírus e pode ser gerada por qualquer carregador de celular
Uma máscara de proteção autolimpante que pode ser usada com um carregador de celular comum com conexão USB foi desenvolvida por cientistas israelenses. O processo de desinfecção ocorre quando uma camada de fibra de carbono interna da máscara, conectada a uma fonte de baixa corrente, é aquecida.
A pandemia de Covid-19 trouxe consigo a necessidade do uso constante de máscaras de proteção (obrigatórias em algumas regiões). Com isso, a demanda pelo produto aumentou consideravelmente nos últimos meses - em especial o modelo N95, considerado o mais eficaz.
Como comprar novos equipamentos de proteção de maneira rotineira está fora de questão para a maioria das pessoas (e pode ser um peso enorme para algumas instituições), a adoção de máscaras reutilizáveis tem sido uma saída. Porém, nem todo acessório é feito dos materiais recomendáveis e as máscaras ainda exigem limpeza e substituição frequentes para uma melhor proteção.
"Nosso produto pode transformar máscaras de itens descartáveis em aparelhos que as pessoas limpam e reutilizam. Dessa maneira não precisariam ser substituídos com tanta regularidade e os hospitais não precisariam de suprimentos tão grandes", explica o professor Yair Ein-Eli, decano da Faculdade de Ciência e Engenharia de Materiais do Instituto de Tecnologia de Israel.
Quando o calor de uma baixa corrente (2 amperes) é aplicado à máscara, a camada de fibra de carbono do revestimento do rosto é aquecida e destrói os vírus. "Inserimos um sistema de aquecimento de fibras de carbono e o conectamos a uma entrada USB, como a usada para carregar telefones celulares", explica Ein-Eli. "O sistema aquece a máscara a 65°C a 70°C, bem como qualquer substância absorvida nas camadas de proteção dela".
Um ciclo de aquecimento de 15 a 30 minutos seria suficiente para limpar uma máscara. "Se você estiver no carro e tirar a máscara, basta conectá-la ao carregador do isqueiro e recolocá-la como se fosse uma nova máscara", afirma Ein-Eli, que avisa que o acessório não deve ser utilizado ligado à energia.
O pesquisador espera licenciar a tecnologia para empresas que poderão aplicar o projeto em máscaras N95 e superior, destinadas a profissionais de saúde. "Nosso objetivo inicial é a equipe médica que precisa de máscaras bem limpas e funcionando", disse Ein-Eli, acrescentando que, em seguida, prevê que ela seja comercializada para o público em geral.
Fonte: Olhar Digital/Jerusalem Post/Times of Israel