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Buscar soluções mais viáveis de armazenagem e entregar imóveis estão entre as opções adotadas para evitar prejuízo econômico
A luta para sobreviver à crise do covid-19 tem sido grande para as empresas de evento. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas mostra que esse grande segmento do varejo teve impacto de 98%. Os dados preocupam, uma vez que o fôlego financeiro dos pequenos negócios, ou seja, o tempo que a empresa consegue ficar fechada e ter dinheiro para pagar as contas, é de, em média, 23 dias.
Na busca de novas alternativas para enfrentar esse futuro incerto, a empresária Jaqueline Azevedo, sócia-diretora da agência Sisters Live Marketing Jaqueline Azevedo, seguiu um plano emergencial de corte de custos. A empresária conta que entregou seu imóvel para buscar uma alternativa mais viável de armazenamento. “Com todos em home office, vimos o galpão fechado, sem utilização. E mesmo fechado o custo dele é muito alto”, explica.
A solução encontrada foi remanejar todos os pertences e materiais da empresa para um box de armazenamento à custo baixo. "Nossa economia em despesas fixas foi de 86%, incluindo o espaço e todos os recursos que ele precisava para ser mantido”, conta Jaqueline.
O impacto no mercado imobiliário é crescente, conforme explica o CEO da Imobiliária Êxito Premium, Ítalo Nardelli. "Estamos tendo muitos pedidos de renegociação de aluguel, principalmente de empresários e autônomos que estão sentindo diretamente os efeitos da pandemia”, afirma. “Quando o empresário vê que não vai recuperar tão cedo, logicamente estão existindo multi pedidos de desocupação, de uma maneira geral”, completa.
Redução de despesas
Além das empresas, pessoas que tiveram contratos de trabalho rescindidos ou a renda prejudicada, em função do isolamento social, se vêem em uma realidade de redução de despesas como o aluguel, um dos custos mais altos para quem mora sozinho. Daniel Barra, 39 anos, é um exemplo disso. Ele conta que não teve outra alternativa a não ser entregar o imóvel onde morava. “Como a pandemia interrompeu as operações aéreas e eu sou comissário de vôo, entrei em licença não remunerada”, conta.
Lutando para reduzir despesas, Daniel percebeu que a melhor opção para ele seria guardar todos os seus móveis temporariamente e voltar para a sua cidade natal, no sul. “Visando o melhor custo-benefício, optei por armazenar meus móveis em um box de self storage. Continuar pagando o aluguel iria onerar ainda mais o meu orçamento, pondera.
Mudanças no modelo de trabalho
A pandemia do coronavírus já está impactando fortemente o modelo de trabalho presente, com mais empresas e profissionais produzindo de forma remota e buscando alternativas mais práticas e econômicas para se manter. Com o isolamento social, a modalidade home office tornou-se a realidade da maioria das empresas e isso está trazendo uma mudança na forma de utilizar espaços de trabalho.
A empresária Jaqueline Azevedo acredita que a procura pela solução em armazenagem será algo interessante no momento pós-pandemia também. "A decisão de procurar espaços para armazenamento, além da pandemia, também se dá pelo novo cenário que vemos que está vindo por aí. As pessoas estarão mais adaptadas ao home office, escritórios físicos serão espaços desperdiçados e o valor poderá ser remanejado para outros recursos mais viáveis”, acredita.
Fonte: Correio Braziliense.