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Os brasilienses devem se adaptar às temperaturas mais baixas, causadas pela massas de ar polar trazidas pelo mês de maio com a chegada do outono
Com a chegada do outono, os brasilienses devem se adaptar às temperaturas mais baixas, causadas pela massas de ar polar trazidas pelo mês de maio. Esse é o momento de tirar os agasalhos do guarda-roupa e ter mais atenção com a saúde. Nesta semana, a temperatura mínima ficará em torno de 12/13°C.
Segundo especialistas, quem mora na região Centro-Oeste precisa conviver com o tempo seco e a baixa umidade relativa do ar, fatores que contribuem para o aumento das alergias respiratórias devido à alta concentração de poluentes na atmosfera.
É o que explica a doutora Larissa Camargo, otorrinolaringologista e membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Segundo ela, o frio propicia a infecção das vias aéreas superiores, ocasionando problemas como otite, amigdalite ou sinusite, e das vias aéreas inferiores, que resultam em problemas como bronquite, pneumonia e asma. “Além disso, no frio as pessoas tendem a se aglomerar mais, mesmo com o coronavírus. É uma coisa natural, então é mais fácil transmitir doenças”, elucida.
Camargo explica que é possível cuidar das doenças mais comuns no inverno sem sair de casa. “O paciente pode manter as medicações que já tem costume de usar, se faz tratamento de rinite, asma ou bronquite, além de utilizar antitérmicos para diminuir a intensidade de quadro febril e a lavagem nasal”, lista. No entanto, é preciso observar quando os sintomas apontam que o paciente precisa buscar ajuda profissional. Febre, apesar do uso de medicações, tosse e desconforto respiratório são sinais de que é uma avaliação profissional é necessária.
Para a universitária Catarina Chaves, 21 anos, o frio a deixa com mais vontade de ficar enrolada no cobertor e com menos disposição, mas a grande preocupação trazida pelas baixas temperaturas são as dores nas articulações. “Tenho condropatia patelar (doença da cartilagem articular da patela) no joelho esquerdo e, quando esfria, eu sinto mais dor. Morei dois meses no Canadá durante o inverno rigoroso de lá (janeiro e fevereiro), e quando eu voltei, fui direto para fisioterapia, porque eu estava sentido dores insuportáveis no joelho”, conta a estudante.
Catarina tem uma relação de amor e ódio com as estações mais geladas, apesar das dores e da dificuldade para realizar as tarefas do dia a dia, ela ama usar casacos estruturados, blusas de manga comprida, bota, sobretudo, itens das coleções outono-inverno. Além de saborear chá e chocolate quente fumegantes, que parecem ficar mais apetitosos nessa época do ano. A solução encontrada por Catarina para curtir o frio sem dor foi se exercitar. “Eu sempre procuro fazer atividade física, não posso ficar parada nunca, porque começo a ter mais dores, então estou sempre em movimento, principalmente na época do frio”, relata.
De acordo com a meteorologista Andreia Ramos, as temperaturas tendem a ficar cada vez mais baixas ao longo do semestre. “Uma massa de ar fria de origem polar atingiu a região centro-oeste, típica do mês de maio fez o tempo esfriar. Ela já passou, mas já tem outra se formando. Como estamos em período de outono, a frequência de chuvas ficará menor, ocorrerá uma diminuição gradual da temperatura e da umidade relativa do ar”, esclarece a meteorologista.
Dicas de saúde
Como se proteger de doenças respiratórias que aparecem no frio, por Nathali Costa, pneumologista e presidente da Sociedade Brasiliense de Doenças Torácicas (SBDT)
- Hidratação que é fundamental para a prevenção;
- Uso de soro fisiológico para hidratar as narinas;
- Vacinar contra o vírus da influenza (gripe);
- Limpar com frequência o ambiente;
- Higienizar as mãos constantemente, principalmente, antes de consumir qualquer alimento e após tossir ou espirrar;
- Evitar aglomerações, principalmente, em ambientes fechados;
- Usar lenço descartável para higiene nasal;
- Evitar o cigarro, pois o fumo reduz os mecanismos de defesa do organismo;
- Limpar o filtro de aparelhos de ar-condicionado periodicamente.
Fonte: Correio Braziliense