Foto: Luiza Frazão
As lojas de ruas funcionarão das 11h às 19h e os shoppings, das 13h às 21h. Tudo isso para reduzir a quantidade de pessoas no transporte público,
Mais uma vez a volta da atividade comercial no Distrito Federal foi adiada. No entanto, o governador Ibaneis Rocha (MDB) acredita fielmente que as lojas da capital voltem a abrir em 18 de maio, data prevista no decreto publicado nesta quinta-feira (7/5). De acordo com o chefe do Executivo, tudo está pronto para que os estabelecimentos retomem as vendas.
De acordo com o governador, haverá distribuição de máscaras para população e o sistema de transporte estará preparado para evitar aglomerações, com o objetivo de prevenir a disseminação do coronavírus. O emedebista ainda frisou que as lojas deveriam abrir segunda-feira (11/5), entretanto, a quantidade de pessoas infectadas com coronavírus no sistema carcerário fez com que ele mudasse de ideia. “Precisamos avaliar qual o impacto que vai ter na saúde”, ressaltou.
Ibaneis ainda disse que houve um atraso nas campanhas de informações e que deve ampliar a distribuição de máscaras para a população. Além disso, o governador adiantou que as lojas de ruas funcionarão das 11h às 19h e os shoppings, das 13h às 21h. A diferença de horário é para evitar aglomerações no transporte público.
O chefe do Palácio do Buriti ainda ressaltou que a retomada da atividade comercial é importante porque o Distrito Federal já tem muitas pessoas nas ruas e comerciantes funcionando de forma ilegal. “Ou a gente faz programa de abertura controlada, ou então eles (os comerciantes) vão abrir na marra”, comentou.
Segundo Ibaneis, é mais fácil fiscalizar os segmentos que permanecerão fechados, como salões de beleza, academias, bares e restaurantes, do que todo o comércio. O governador ainda frisou que os brasileiros vão chegar ao terceiro mês do auxílio emergencial oferecido pelo governo federal, e, por isso, muitos podem vir a passar fome.
Frustração
“Desanimador e frustrante”. Assim as entidades representativas do setor produtivo descrevem o adiamento da reabertura do comércio no Distrito Federal para 18 de maio. A medida, assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), foi publicada em edição extra do Diário Oficial do DF, desta quinta-feira (7/5).
A retomada das atividades consideradas não essenciais estava prevista para a próxima segunda-feira (11/5). De acordo com o GDF, a decisão foi tomada como precaução, já que empresários estão com dificuldade de testar seus empregados e ainda de adquirir os equipamentos de segurança necessários para a reabertura dos comércios.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto, o setor produtivo tem seguido todas as normas de abertura gradual dos comércios e o recurso de muitos empresários está no fim. “As empresas estão se sustentando com a ajuda do BRB, que está fazendo o possível para auxiliá-los. Mas, precisamos de mais apoio seja da Caixa ou do Banco do Brasil”, sugere.
O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF), Sebastião Abritta, destaca que a categoria está perdendo uma das principais datas comemorativas, o Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (10/5) e que movimenta cerca de R$ 400 milhões na economia do DF. “O setor estava preocupado. Agora, a preocupação aumentou ainda mais. A cada semana estão empurrando mais o decreto. Cada semana representa mais desemprego. Isso está acabando com a esperança dos empresários. Antes, jogaram um balde de água fria. Agora, foi um de gelada”, afirma.
Para o gerente da loja AD Life Style, no Brasília Shopping, Hugo Dantas, 37, o novo decreto do GDF frustrou todas as expectativas criadas para a retomada das atividades. Como parte do salário dos vendedores do estabelecimento é por meio de comissão, ele sente o impacto na renda. “O salário caiu mais de 50%. Já estávamos nos preparando para retornar, tinha entrado em contato com os funcionários e agora vem essa notícia. Estamos apreensivos”, afirma .
O contrato dele e de outros três colaboradores está suspenso por 30 dias, podendo ser prorrogado por mais um mês. Aqueles em período de experiência foram demitidos. Após os adiamentos, ele não acredita no retorno na nova data. “Não acredito que vai voltar logo. Pelo andar da carruagem, a intromissão da Justiça e a curva ascendente da pandemia vão demorar ainda”, opina.
Fonte: Correio Braziliense