Ermando Armelino Pivita, o brasileiro mais velho a se curar do coronavírus, deixou o Hospital das Forças Armadas nesta terça-feira (14/04)
O ex-combatente do Exército durante a 2ª Guerra Mundial Ermando Armelino Pivita, 99 anos, afirmou que a batalha contra o coronavírus foi a maior que ele já precisou travar na vida. Curado, ele recebeu alta do Hospital das Forças Armadas (HFA), na tarde desta terça-feira (14/04), sob aplausos.
“Eu vencendo essa batalha, para mim, foi maior do que vencer na guerra”, disse em entrevista ao Exército Brasileiro. Ermando é o brasileiro mais velho a ser considerado livre da Covid-19. Ele fez um teste nesta manhã, que deu negativo.
Segundo Ermando, estar em campo de batalha dá as opções de matar ou morrer, mas o enfrentamento ao coronavírus foi muito mais exigente. “Eu sair dessa foi uma luta tremenda, mais do que na guerra. Na guerra você mata ou vive, aqui você precisa lutar para poder viver. Saí dessa luta vencedor”, comemora.
Emocionado, ele se diz agradecido a todos os que cuidaram dele nos oito dias em que ficou internado e faz um aviso, lembrando outra doença que acometeu o planeta assim que ele nasceu. “Para mim, isso aí, é igual à peste de 1918 (Gripe Espanhola). É mundial, não é local”, alerta.
Aplausos
Acompanhado de muitas palmas, Ermando saiu do HFA na tarde desta terça-feira. “Não cabe no coração a felicidade de, com 99 anos, levar meu pai de volta para a casa”, disse a filha Vivian Lilian Pivita.
Segundo ela, a recuperação terminará em casa para que o pai conclua mais essa batalha. “Ele é um guerreiro, um homem muito forte. Venceu a Covid-19, graças a Deus”, comemorou.
A internação na unidade de saúde foi feita em uma ala específica para contaminados com o vírus. Ela é chamada de “Ala Covid”, com isolamento e proteção para pacientes e profissionais.
O militar aposentado chegou ao HFA em 6 de abril com os sintomas da doença que já atingiu 651 pessoas e matou 17 na capital federal.
Conforme conta o almirante-médico Nestor Francisco Miranda, diretor técnico de Saúde do HFA, o ex-combatente já estava confirmado como positivo para o coronavírus antes, mas uma pneumonia fez com que Ermando precisasse de atendimento hospitalar.
“Ele precisou ficar os dois primeiros dias na UTI. As primeiras horas foram muito sensíveis, mas ele não precisou entubar nem nada”, relata.
Fatores como a longevidade na família e o próprio histórico de militar ajudaram na recuperação, afirma Nestor. “Muitos exercícios, a rigidez física… Tudo isso contribui para uma recuperação”, lembra o médico.
A partir de agora, o acompanhamento do ex-combatente será feito em casa. “Ele tem um histórico de internações por problemas respiratórios, então esse olhar se faz necessário”, finaliza Miranda.
*Com informações Metrópoles.