Em 26 de fevereiro, o Brasil foi o primeiro país a registrar um caso da doença na América do Sul, região que já teve sete mortes provocadas pela pandemia
Os presidentes dos países membros do Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosur) concordaram nesta segunda-feira, 16, através de uma videoconferência, proteger suas fronteiras e promover a compra conjunta de suprimentos médicos devido à disseminação do novo coronavírus na região.
Os chefes de Estado decidiram “proteger as fronteiras de maneira coordenada e eficaz, facilitar o retorno de nacionais a seus respectivos países e promover compras conjuntas de suprimentos médicos para acessar melhores condições”, indica o comunicado divulgado pelo governo do Chile, que ocupa a presidência temporária do Prosur desde março de 2019.
Participaram da reunião os presidentes Sebastian Piñera, do Chile; Alberto Fernández, da Argentina; Jeanine Añez, da Bolívia; Iván Duque, da Colômbia; Lenin Moreno, do Equador; Mario Abdo, do Paraguai; Martín Vizcarra, do Peru; Luis Lacalle Pou, do Uruguai; e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo.
Também concordaram em compartilhar as informações obtidas na experiência de cada país com a Covid-19, aumentar a capacidade de diagnóstico para acessar melhores condições de tempo e valor e cooperar com organizações financeiras multilaterais.
Em 26 de fevereiro, o Brasil foi o primeiro país a registrar um caso da doença na América do Sul, região que já teve sete mortes provocadas pela pandemia (na Argentina, Panamá, Equador, Guiana e República Dominicana), segundo levantamento da AFP.
O Prosul foi criado em março do ano passado no Chile para substituir a quase extinta Unasul, e exclui a Venezuela por decisão dos governos conservadores de seus países membros.
Em contrapartida, a União Européia fechou suas fronteiras por 30 dias o que abrangerá 30 países.
Para conter o avanço do novo coronavírus, a União Europeia anunciou, nesta segunda-feira, 16, a proibição da entrada de todos os estrangeiros pelo prazo de 30 dias — o período pode ser prolongado, se necessário. A determinação não vale para o Reino Unido, que está em período de transição pós-brexit, e a Irlanda.
“As restrições devem estar em vigor por um período inicial de 30 dias, que pode ser prolongado conforme necessário”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. “Há exceções: residentes de longa duração na UE, parentes de cidadãos europeus e diplomatas, assim como profissionais da saúde.”
O continente registrou, desde o início do surto, mais de 150 mil casos de infecção por coronavírus e mais de 6 mil mortes, segundo o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC). Na sexta (13), a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a Europa se tornou o novo epicentro da pandemia de coronavírus, com mais novos casos diários que a China.
Um funcionário do bloco disse que a proibição abrangerá 30 países – todos os Estados membros da UE, exceto a Irlanda, e os quatro países fora da UE que fazem parte da área de Schengen.
“A Irlanda e o Reino Unido estão sendo incentivados a se alinhar”, disse a autoridade. A Irlanda não é membro de Schengen e o Reino Unido deixou o bloco em janeiro.
Os líderes da UE discutirão a proposta em uma videoconferência na terça-feira (17). Até agora, o bloco achou difícil encontrar uma resposta coerente à emergência da saúde e alguns países impuseram controles unilaterais nas fronteiras.
*Com informações, Painel Politico.