O Corpo de Bombeiros determinou uso de máscaras N95 durante atendimento, enquanto PMs deverão vestir luvas em revistas de suspeitos
A confirmação de uma paciente com coronavírus, o teste positivo do marido dela e a investigação de 59 casos suspeitos no Distrito Federal levaram as forças de segurança da capital do país a alterar os protocolos de atendimento. A maior preocupação é com a exposição dos servidores que trabalham diretamente na abordagem de pessoas na rua.
O comando do Corpo de Bombeiros convocou, em “caráter urgentíssimo”, uma reunião para orientar os militares quanto aos cuidados e a prevenção à doença que já atinge 34 pessoas no Brasil.
Além das recomendações básicas de higienizar as mãos com álcool em gel, os integrantes da tropa deverão usar óculos e protetor facial durante o socorro. Eles ainda terão de estar vestidos com avental impermeável.
Em caso de necessidade de realização de procedimentos para ressuscitação cardiopulmonar ou intubação traqueal, os profissionais, obrigatoriamente, terão de usar máscaras N95, mais indicadas para trabalhadores expostos a ambientes contaminados por partículas como poeira e fumaça, por exemplo.
O mesmo equipamento de proteção será empregado quando da necessidade de colocação de tubo na traqueia de pacientes através do nariz, a chamada intubação nasotraqueal.
Ainda de acordo com o comando do Corpo de Bombeiros, qualquer praça ou oficial que atender pacientes com sintomas da doença terá de notificar imediatamente o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs).
A Polícia Militar do DF também baixou novas orientações para o momento em que praças e oficiais realizarem revistas ou prisões de suspeitos. A partir de agora, os integrantes da instituição terão de colocar luvas em abordagens pessoais e, necessariamente, logo em seguida, fazer a assepsia das mãos.
Os cuidados, informa a PMDF, são considerados essenciais, “tendo em vista os perigos aos quais as equipes estão expostas todos os dias durante trabalho nas ruas”.
Em alguns quartéis, PMs se adiantaram às recomendações do Comando-Geral e atualmente realizam patrulhamento ostensivo protegidos com luvas e máscaras.
Papuda
Com uma massa carcerária estimada em 17 mil detentos — 10 mil a mais do que a capacidade —, o Complexo Penitenciário da Papuda também sofrerá alterações em seus protocolos diários.
O coordenador do Sistema Penitenciário do DF, delegado Érito Cunha, disse ter enviado ofício à Secretaria de Saúde solicitando informações de como os cerca de 1,7 mil servidores devem proceder ao lidar com os detentos.
Enquanto isso, os policiais penais alteraram a forma de abordar detentos com febre e tosse. “Se [o preso] estiver tossindo muito, recomendamos que ele e os servidores que mantiverem contato usem máscaras. Temos uma preocupação muito grande, pois a superlotação propicia a disseminação de uma doença como esta e precisamos fazer de tudo para evitar que um surto ocorra aqui”, alerta Érito.
No Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), a orientação é seguir os protocolos da Secretaria de Saúde. A Subsecretaria da Defesa Civil reuniu seus integrantes duas vezes nas últimas semanas para relembrar a importância de manter as mãos limpas, principalmente após operações.
“Nosso dia a dia é um pouco diferente das outras forças, porque temos menos contatos direto com as pessoas. Mas, mesmo assim, ressaltamos as recomendações e cada servidor tem sempre um tubo de álcool em gel ao lado”, explica o subsecretário Sérgio Bezerra.
*Com informações, Metrópoles.