Mulher de 23 anos, moradora da cidade, afirma que foi atacada quando voltava para casa, na Rua 30 Sul
A 21ª Delegacia de Polícia (Pistão Sul) investiga denúncia de estupro coletivo ocorrido na noite de quarta-feira (19/02/2020) em Águas Claras. Uma jovem de 23 anos, moradora da cidade, narrou aos policiais que passava na Rua 30 Sul quando foi atacada por quatro homens. Ela teria sido arrastada para uma região de eucaliptos e abusada sexualmente.
De acordo com a Polícia Civil, a mulher saiu da praça de skate, na Rua 37 Sul, e seguia para casa, por volta das 22h, quando foi abordada pelos criminosos. Ninguém foi preso até agora. O delegado-chefe da 21ª DP, Luiz Alexandre Gratão, disse que o caso é prioridade para a unidade policial.
A vítima contou ainda que, antes de ir de casa, a pé, para a praça de skate, saiu do Taguatinga Shopping, também caminhando, entre 19h e 20h. Ela acredita que tenha sido seguida pelos suspeitos após deixar o centro de compras. Entretanto, em outro depoimento, disse que “não percebeu a aproximação dos homens”. Da residência, resolveu encontrar uma amiga na praça da Rua 37 Sul. Teria sido abordada na rua atrás dos eucaliptos.
Na primeira versão, disse que um dos quatro homens portava faca e outro, arma de fogo. Pontuou ainda que os suspeitos são brancos e que um usava barba e tinha cabelo preto. Os agressores teriam empurrado a vítima para dentro da mata e a estuprado.
Após a vítima gritar, os homens correram em direção ao lado norte de Águas Claras, ainda de acordo com a vítima. Em diligência no local, os policiais encontraram uma camiseta e encaminharam a peça para perícia. As vestes da jovem de 23 anos também foram levadas para análise.
“Já estamos analisando as imagens de câmeras de segurança instaladas na região para identificar os suspeitos”, frisou o investigador. A vítima foi levada ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e passou por exames no Instituto Médico Legal (IML).
No ano passado, a área de segurança registrou 666 casos de estupro no DF, 390 contra vulneráveis (59,5%). O número é menor do que o de 2018, quando foram investigados 725 abusos. Desses, 440 envolveram crianças e adolescentes.
Em toda capital federal, houve 45 estupros neste ano, segundo o último balanço da Secretaria de Segurança Pública. No mesmo período de 2019, foram 55 registros dessa natureza.
Escuridão
O local onde teria ocorrido o estupro coletivo é mal iluminado. Os moradores e trabalhadores que passam por ali reclamam da falta de segurança, principalmente por causa da escuridão.
Em nota, a Companhia Energética de Brasília (CEB) afirmou que a área técnica de iluminação pública acionou equipes de manutenção para vistoriar e realizar reparos de possíveis pontos apagados no setor.
“Toda a Boulevard Sul possui iluminação pública, que foi projetada para atender as vias públicas locais e as calçadas, que ainda não haviam sido construídas na época da instalação dos postes, e a CEB está à inteira disposição dos demais órgãos para realizar um projeto específico para implantação de nova iluminação que atenda o interior dessa área arborizada, de forma a melhorar a segurança das pessoas que transitam na região”, destaca a nota da estatal.
Moradores reclamam de escuridão onde jovem diz ter sido estuprada
A Rua 30 Sul de Águas Claras, onde uma jovem de 23 anos diz ter sido vítima de estupro coletivo, é apontada por moradores como insegura. Com muitas árvores e pouca iluminação, a região que é movimentada durante o dia se torna perigosa para quem transita à noite, segundo afirma a comunidade local.
Síndico do prédio residencial que fica ao lado da área em que a mulher teria sido violentada, Jairo Lemos, 68, disse que já presenciou assaltos na região. “Já tentaram até roubar o nosso condomínio, levar bicicletas”, afirmou.
Morador do residencial há 12 anos, ele diz que os condôminos já pediram aos órgãos de segurança mais policiamento e iluminação no local. “Ainda têm uns postes aqui do lado. Mas perto da linha do metrô, é totalmente escuro, fica perigoso demais”, afirma.
Para Maria José Massa Fleury Curado, 60, moradora de outro prédio da rua, o maior problema da região é a falta de iluminação. “É muito escuro, não tem luz nenhuma. Vejo que sempre ficam uns homens ali no meio [do matagal] usando drogas. Eu mesma não passo por ali de noite. Até para passear com o cachorro na praça meu marido é quem desce”, ressaltou.
*Com informações, Metrópoles.