Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília
Companhia limpa 87 mil dos 91 mil bueiros existentes no Distrito Federal. No geral, foram feitos serviços de limpeza e reparos e de construção e reconstrução da rede de drenagem
Em 2019, o volume de chuvas atingiu a média de 1.423 milímetros nos 12 meses. Apesar de estar dentro da normalidade, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi água que deu para encher não só baldes, mas córregos, lagos e reservatórios – algo que constitui uma boa notícia, tendo em vista que a capital federal está livre do racionamento que tisnou a gestão passada.
Mas, para que as cidades não sofressem tanto com os transtornos provocados pelo aguaceiro, como alagamentos e inundações – cenário comum em outras regiões do país –, o serviço de um órgão foi essencial.
No ano passado, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) realizou quase que 100% de limpeza e desobstrução de todas as bocas de lobo do Distrito Federal. Fato que surpreendeu até mesmo o diretor de Urbanização da Novacap, Sérgio Antunes. Após ser corrigido por seu assessor quanto ao número de serviços, ele admirou-se: “Não foram 72 mil. Foram 87 mil. Ou seja, quase todas, uma vez que temos 91 mil bocas de lobo em todo o DF”.
Para conseguir executar serviços em 87 mil bocas de lobo, a Novacap conta com 13 equipes responsáveis por realizar este trabalho. São oito empresas contratadas por licitação e mais cinco da companhia. Cada equipe tem uma média de dez funcionários, totalizando 130 trabalhadores.
Quando se fala em limpeza de boca de lobo, a primeira informação ou imagem que vem à cabeça é justamente a do escoamento de águas pluviais no período de chuva. Mas não é só isso. A Novacap também faz um trabalho preventivo a partir desse serviço nos escoadouros.
A manutenção periódica nas bocas de lobo realizada pela Novacap evita ainda o mau cheiro e a proliferação de insetos e animais peçonhentos. Além disso, preserva a massa asfáltica das cidades. “Com uma boca desobstruída e o escoamento da água, aumenta a vida longa da pavimentação, diminuindo o impacto da água sobre ela”, exemplifica Sérgio Antunes.
Na manhã dessa segunda-feira (17), os funcionários da Novacap estiveram na QR 412 de Samambaia para reparar o estrago que um caminhão deixou na rede de águas pluviais e aproveitaram para fazer a limpeza e o reparo da boca-de-lobo na frente da casa de Márcio José Alves Faria. “Aqui, não temos problemas com a boca-de-lobo. Apesar de minha casa fica na parte baixa, a água escorre se impedimento na boca. Mas é melhor prevenir que remediar”, disse o motorista.
Segundo Sérgio Antunes, os principais obstáculos da passagem da água mais comuns são provocados pela ação humana. No ano passado, as equipes da Novacap recolheram cerca de duas mil toneladas de lixos das bocas-de-lobo.
Quando não são entulhos jogados irresponsavelmente nas bocas-de-lobo é a decisão errada de alguns moradores que também compromete o funcionamento das bocas. Entre os casos mais corriqueiros identificados pela Novacap, estão a construção de residências sobre a rede de águas pluviais e o plantio de árvore sobre as galerias de águas pluviais.
“Plantar árvores perto da rede pode atrapalhar, porque as raízes de algumas são muito grandes e invadem as bocas”, explica.
Neste caso, o diretor de Urbanização, Sérgio Antunes, orienta para que os moradores entrem em contato com a Novacap e agenda uma visita ao local para ver se a árvore é compatível com a área onde se pretende plantá-la.
A Novacap investiu aproximadamente R$ 5 milhões de reais na manutenção das redes pluviais de Brasília – em limpeza, reparos, construção e reconstrução da rede de drenagem.
Além disso, a companhia está criando uma rede de drenagem em algumas tesourinhas das asas Sul e Norte (sim, não possuíam) e reforçando em outras que já contam com a passagem das águas pluviais. E assim, as cenas de alagamento que tanto prejudicam a imagem das geniais passagens concebidas por Lúcio Costa podem estar com os dias contados.
*Com informações, Agência Brasília.