Paciente deu entrada em Taguatinga na madrugada de domingo (16). Por falta de médico, na tarde desta terça (17) ele foi transferido para Hospital do Paranoá.
Um homem de 28 anos ficou mais de 35 horas no Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal, para retirar uma faca cravada nas costas. Segundo a família, ele chegou à unidade de saúde na madrugada de domingo (16), mas não havia médico para realizar a cirurgia.
Durante a tarde desta segunda (17), o paciente foi transferido para o Hospital da Região Leste (HRL), antigo Hospital do Paranoá, onde deverá ser operado. Embora o HRT seja um dos maiores do DF, não havia neurocirurgião na unidade de saúde (saiba mais abaixo).
Lâmina de 4 cm nas costas e hospital sem neurocirurgião
A espera de mais de 35 horas por atendimento na rede pública ocorreu após o homem ser vítima de um esfaqueamento, durante uma briga em um bar, no Recanto das Emas. Os familiares preferiram não se identificar por medo de ameaças.
Um vídeo gravado por uma acompanhante mostra que o homem aguardava o atendimento apenas com um curativo. A mulher contou que foi informada de que a faca está muito perto da coluna e, por isso, ela só pode ser retirada por um neurocirurgião – especialidade que não consta entre os profissionais do HRT.
"Ele está de bruços desde a hora que chegou no hospital. Ele não pode se mexer, ele não pode se alimentar direito."
Segundo a família, o cabo da faca quebrou, mas o exame de imagem (veja na foto abaixo) mostra a lâmina de 4 centímetros dentro do corpo do rapaz. "Deram todo medicamento pra que ele não sentisse dor e passaram a antitetânica. Mas, por enquanto, ele só tá no medicamento", disse a acompanhante.
O que diz a Secretaria de Saúde
À reportagem, a Secretaria de Saúde informou que o DF conta com 28 neurocirurgiões e que o "Hospital da Região Leste é referência" nesta especialidade. Questionados sobre por que o HRT não possui um especialista em neurocirurgia, a Secretaria de Saúde não respondeu.
A pasta informou apenas que "as equipes dos dois hospitais [HRT e HRL] estão em planejamento cirúrgico".
Veja a nota na íntegra:
As equipes dos dois hospitais estão em planejamento cirúrgico, pois é preciso haver uma logística para remoção e utilização de centro cirúrgico. Tanto no HRT quanto o HRL trabalham com grande demanda de traumas que chegam a todo momento.
Os hospitais trabalham em rede, um dando apoio ao outro e, quando um paciente necessita de procedimento específico não oferecido em uma unidade, ele é removido para outra em que o atendimento é ofertado.
*Com informações, G1.