Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília
Entenda qual o caminho indicado para o usuário da rede pública de acordo com o grau de complexidade de cada caso
Dores no peito, febre, torção no pé, resfriado, fratura. Assim como os sintomas e sinais de uma enfermidade, o atendimento na rede pública de saúde também é complexo e diversificado. Portanto, é natural que surjam dúvidas sobre a quem recorrer nesses momentos. Para esclarecer e orientar os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) a procurar o socorro adequado, a Agência Brasília preparou um guia explicando quando o cidadão deve ir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou a um hospital.
Regulação facilita acesso às especialidades
A rede pública de saúde dispõe de 171 UBSs, seis UPAs e 16 hospitais em funcionamento para atender aos habitantes do DF e do Entorno, além dos que vêm de outros cantos do país.
Antes de se dirigir a qualquer uma dessas unidades, o usuário deve saber que é necessário portar um documento com foto para o atendimento. Para o cadastro é recomendável – e em alguns casos obrigatória – a apresentação de comprovante de residência e do Cartão Nacional do SUS. O cartão pode ser obtido na própria unidade de saúde por meio do CPF do paciente.
UBS
Dentro desse sistema complexo, a chamada porta de entrada é a Unidade Básica de Saúde, também conhecida como Posto ou Centro de Saúde ou Clínica da Família. Esses estabelecimentos de Atenção Primária realizam exames, consultas e acompanhamento médico, entrega de medicamentos, troca de curativos e aplicação de vacinas.
As UBS são o caminho indicado, por exemplo, para casos de sintomas leves de gripe, tontura, dor abdominal, mal-estar, diarreia, vômito e conjuntivite, além de tratamento e acompanhamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Tais unidades também acolhem e acompanham casos de gestação, hipertensão, diabetes e obesidade.
AS UBS não oferecem o pronto-socorro, exclusivos para casos de emergências. Sendo assim, em casos graves ou complexos, pacientes são encaminhados para uma UPA ou hospital.
No Distrito Federal as UBS funcionam de segunda a sexta-feira em horários diferentes, a depender das unidades, mas comumente em horário comercial. Esses espaços estão disponíveis para o público nas faixas das 7h às 17h, das 7h às 19h e das 7h às 22h – este último caso é chamado de horário estendido. Em alinhamento com a Portaria nº 930/2019, do Ministério da Saúde, o Governo do Distrito Federal ampliou o funcionamento em parte das unidades.
Ao todo, 19 estão com atendimento das 7h às 22h. São elas: UBS 2 da Asa Norte; UBS 1 do Riacho Fundo I; UBS 1 do Riacho Fundo II; UBS 1 da Estrutural; UBS 2 do Guará; UBS 1 do Paranoá; UBS 1 de São Sebastião; UBS 1 do Itapoã; UBS 2 de Sobradinho I; UBS 2 de Sobradinho II; UBS 5 de Planaltina; UBS 7 de Ceilândia; UBS 12 de Ceilândia; UBS 2 do Recanto das Emas; UBS 12 de Samambaia; UBS 5 de Taguatinga; UBS 1 de Águas Claras; UBS 1 de Santa Maria; e UBS 6 do Gama.
“O sistema é ascendente. A Unidade [Básica de Saúde] é a porta de entrada, de identificação das situações. A UPA é a retaguarda para a UBS e o hospital, a retaguarda para a UPA”, explica o diretor de Estratégia e Saúde da Família, José Eudes.
O site da Secretaria de Saúde dispõe de informações sobre todas as UBS. Portanto, o usuário pode descobrir qual unidade deve procurar, bem como o endereço, o horário de atendimento, a abrangência e o tipo de atendimento daquele espaço por meio da Sala de Situação. Acesse o link e veja qual é a mais próxima de sua residência.
Na manhã desta sexta-feira (6), a UBS foi a escolha correta da autônoma Lidiane de Sousa Moura, 41 anos. Moradora do Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (Saan), ela foi à UBS II do Cruzeiro para o retorno de uma consulta com o médico.
“Sempre venho aqui para tratar, seja ginecologia ou clínico geral”, disse. Devido ao tempo em que frequenta a rede pública, Lidiane já sabe que a UBS é o destino certo para casos menos graves. “Um dia estava passando mal, com tontura, e corri para cá. Tive um atendimento rápido”, acrescentou.
Assim como Lidiane, a doméstica Silvanilde Barbosa, 35 anos, procurou acolhimento no mesmo endereço. Ela retornou com o filho João VIctor, 6 anos, para acompanhar uma situação de sinusite, dor de cabeça e febre. “Acabo usando bastante [a unidade], principalmente com meu filho. Faço também um acompanhamento anual para ver como está a saúde”, completou a moradora do Cruzeiro.
UPA
As UPAs são o caminho para atendimento de urgência e emergência em clínica médica, casos de pressão e febre alta, fraturas e cortes e exames como raio-x, eletrocardiograma e demais procedimentos laboratoriais. Nesses espaços são ofertados serviços de média e alta complexidade, como se fosse o meio-termo entre a UBS e os hospitais. O que determina a ordem de atendimento é a gravidade do risco, e não a ordem de chegada.
O funcionamento em todas as seis unidades do DF (Ceilândia, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, Samambaia, Sobradinho e São Sebastião) é 24 horas por dia. Elas são administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF) e, por meio deste link, é possível saber quais são os serviços assistenciais oferecidos pelo Iges-DF.
Os casos de urgência são aquelas situações que requerem assistência rápida, a fim de evitar complicações e sofrimento, enquanto a emergência serve para contextos de ameaça iminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão permanente, exigindo-se tratamento médico imediato.
Embora atenda a casos de emergência, as UPAs são locais de passagem e observação do paciente em busca de sua estabilização. Quando há necessidade de internação, transfere-se a pessoa para um hospital.
“Essa questão da gravidade perpassa por várias etapas. A UBS atende a algumas urgências, como uma febre. Agora, um trauma é caso de UPA, assim como um desmaio em casa. Dependendo do caso há necessidade de contato com o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] para encaminhamento direto a um hospital”, observa o coordenador substituto de Atenção Primária à Saúde, Sérgio Lima Gonçalves.
Hospitais
Ocorrências de alta complexidade e emergência são tratadas em hospitais, que são o destino correto para hemorragias e fortes traumas, tratamento médico de média e alta complexidades, parto normal e cesáreas, cirurgias e transplantes, por exemplo.
Nesses espaços há mais recursos tecnológicos e capacidade de intervenção. Assim como as UPAs, eles também funcionam 24 horas por dia.
No DF, as seguintes unidades de saúde estão à disposição da sociedade: Hospital de Base, Hospital de Apoio de Brasília, Hospital Materno Infantil (Hmib), Hospital da Criança, Hospital São Vicente de Paulo, Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Hospital Regional de Brazlândia, Hospital Regional de Ceilândia, Hospital Regional do Gama, Hospital Regional do Guará, Hospital da Região Leste (antigo Hospital do Paranoá), Hospital Regional de Planaltina, Hospital Regional de Santa Maria, Hospital Regional de Samambaia, Hospital Regional de Sobradinho e Hospital Regional de Taguatinga.
*Com informações Agência Brasília