Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília
Em iniciativa inédita, Rodoviária do Plano Piloto lança campanha de arrecadação de bonés e chapéus para ajudar crianças e demais pacientes no tratamento do câncer
A queda de cabelos é um dos efeitos colaterais mais conhecidos no tratamento contra o câncer, e não raro é motivo de muito desconforto para pacientes. Como forma de minimizar o impacto da quimioterapia, o Governo do Distrito Federal lançou nesta semana a campanha Doe Amor, Doe Boné, iniciativa que será conduzida pela Administração da Rodoviária do Plano Piloto.
Administrador da rodoviária, Josué Martins é o idealizador da ação. Ele diz que a iniciativa teve inspiração nas atividades do Novembro Azul, campanha em favor da saúde do homem.
“A ideia dessa campanha veio após minha visita ao Hospital do Câncer. O estado de saúde daquelas pessoas me comoveu muito. Então, nós pensamos em ajudar de alguma forma, e surgiu essa ideia de ajudar na autoestima deles”, explica o administrador.
Para participar basta deixar boné ou chapéu, até 21 de dezembro, nos pontos de arrecadação localizados na Administração da Rodoviária, na Estação Central do Metrô, na Secretaria de Segurança Pública e no Conjunto Nacional de Brasília. As doações serão destinadas a pacientes em tratamento no Hospital do Câncer e Hospital Universitário de Brasília. O objetivo é arrecadar no mínimo 200 acessórios.
Trabalhando na rodoviária há 20 anos, Aliceu Pereira, 38, foi um dos primeiros a contribuir para a campanha de arrecadação. Ele doou quatro bonés. “A gente tem que ajudar quem precisa. É pouco, mas estou fazendo de coração. Espero que façam bom uso”, disse o comerciante.
Silêncio masculino
Uma das unidades de saúde beneficiadas pela ação, o HUB recebe a cada ano cerca de 700 pacientes na oncologista clínica, setor responsável pelo tratamento de câncer. A maioria dos novos pacientes tem entre 48 e 55 anos.
De acordo com a chefe da Unidade de Alta Complexidade de Oncologia do HUB, Jucileia Rezende Souza, esse tipo de doação é algo comum para mulheres, principalmente no Outubro Rosa. Mas, essa é primeira vez que uma campanha deseja atingir o público masculino.
“A campanha é muito bem vinda. Mesmo que o boné e o chapéu sejam itens que o homem geralmente possui, essa doação é também um carinho para eles, uma forma de eles também se sentirem vistos dentro de todo este contexto que sempre olha mais para as mulheres, e para as perdas que elas têm”, relata a oncologista.
“O homem precisa ser visto, porque ele pouco fala. Então, precisamos enxergar as necessidades dele, mesmo que ele não peça”, acrescenta Jucileia.
*Com informações Agência Brasília