Foto AMAAC
Desde que os novos horários do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), foram anunciados há quase uma semana, na última quarta-feira (9), os moradores de Águas Claras vem se queixando dos problemas de acúmulo de lixo nas caçambas de resíduos orgânicos e secos da região. Os residentes das quadras dos lados Sul e Norte têm de conviver com o lixo a céu aberto, onde ratos e pombos que são atraídos pela sujeira.
O síndico de um condomínio na cidade, afirmou que nunca houve problemas com a coleta seletiva na região até então. O conforme o relato, os resíduos produzidos em um dia pelo edifício que administra quase enchem as caçambas de lixo destinadas para o serviço prestado pelo SLU. Ele ainda conta que apenas no período das paralisações de greve que ocorreram problemas assim.
A logística de recolhimento em dias alternados fará com que o lixo acumule. Isso porque o volume produzido é alto, que é produzido em Águas Claras não suporta dois dias sem coleta, e, conforme o número de apartamento em alguns prédios, o acúmulo será inevitável e com eles virão os problemas. Os novos horários não estão suprindo as necessidades da cidade e trará desconforto geral, inclusive para transeuntes.
Desconforto
Román Cuattrin, presidente da Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac) e em uma rede social, o administrador da associação publicou fotos da sujeira registradas na manhã de ontem (15) na cidade. Muitos moradores compartilharam aproveitaram para também se manifestar.
Em uma das publicações na página da Amaac, moradores declararam sua insatisfação com o novo calendário de coleta, e relataram que a cidade está um verdadeiro lixo a céu aberto, o que acarreta em infestação de pombos, ratos e baratas, sem contar o mal cheiro que é insuportável. Algumas fotos também foram compartilhadas.
Segundo ainda o relato de Román, a caminho do trabalho, desde a Rua Pitangueiras até a estação Arniqueiras, ele constatou, na manhã de ontem, que a cidade inteira está cheia de lixo. Todos os condomínios residenciais estão “na mesma situação”.
“A coleta até o ano passado era feita diariamente, mas desde janeiro passou a ser feita três vezes por semana. O que a gente percebeu é que não tem sido cumprida a determinação de ser feita a coleta em dia sim e dia não. Não houve aumento da produção de resíduos por parte dos moradores da cidade“, declarou.
Ainda de acordo com presidente da Amaac, “o monitoramento por GPS deveria ser feito pelo SLU para acompanhar a rota”. Esta é uma das inovações anunciadas pelo órgão como presentes nos novos contratos. “Com relação ao lixo reciclável no meu prédio, por exemplo, não tem sido recolhido a pelo menos uma semana. O orgânico tinha quatro dias que não passavam, mas o seco já não passa há uma semana”, completou.
Em nota, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informou que a coleta seletiva convencional tem sido feita de forma regular e diária nas avenidas comerciais e alternada nas quadras residenciais de Águas Claras. Segundo o órgão, houve uma renovação de acordos com empresas de coleta licenciadas.
“Desde a última quinta-feira (10), o SLU está prestando serviços com novos contratos e as empresas estão se adequando às novas rotas. Caso a coleta não seja executada, o cidadão deverá ligar na Ouvidoria Geral (162)”, declarou o órgão.
Diretor-adjunto do SLU, Gustavo Souto Maior, em publicação feita pelo órgão no dia anterior às alterações no DF, afirmou que mudanças possivelmente precisariam ser feitas.
“São contratos complexos que certamente exigirão ajustes, mas as empresas vão entrar com força total e a expectativa é grande para aperfeiçoarmos os serviços”, declarou.
Coleta, descarte e normas
Conforme a Resolução nº 21, de 25 de novembro de 2016, formatada pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa/DF), “é responsabilidade dos prestadores de serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos coletar resíduos volumosos”, segundo disposto no capítulo III, seção I, artigo 9º e inciso XIV do documento.
Portanto, cabe aos usuários do serviço, isto é, comércios e complexos residenciais, “a aquisição de recipientes adequados e em quantidade suficiente para acondicionamento dos resíduos sólidos gerados”. A medida é exceção nas regiões onde residem populações de baixa renda. Ali “o prestador de serviços públicos deverá adquirir e implantar contêineres para armazenamento de resíduos domiciliares”, como dispõe o 21º artigo.