O dia mais seco deste século, até o momento foi registrado na tarde de ontem quarta-feira (4/9) no Distrito Federal. A umidade relativa do ar chegou a 8%, até então, o dia mais seco foi em agosto de 2017, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 9% de umidade. As temperaturas desta quarta-feira bateram o recorde do ano: a madrugada foi a mais quente, com mínima de 21°C, assim como a tarde, que teve pico de 34,2°C.
Há a possibilidade de que a umidade chegue a níveis similares nesta quinta-feira (5/9), e caso isso aconteça, o Distrito Federal fica dois dias seguidos com umidades abaixo dos 12%, o que significa estado de emergência, de acordo com os critérios da Defesa Civil. Com essas marcações, a recomendação é suspender a prática de atividades físicas e trabalhos ao ar livre. Além disso, é aconselhado aumentar a ingestão de líquidos, evitar banhos prolongados com água quente e umidificar o ambiente com vaporizadores ou toalhas molhadas. Pingar soro fisiológico nas narinas e usar a sombrinha para evitar insolação.
"A umidade relativa do ar mínima deve ficar entre 10% e 15% hoje, mas não descartamos a possibilidade de que ela chegue a números ainda menores do que esse", informou a meteorologista Naiane Araújo, do Inmet. “O céu fica claro a parcialmente nublado, com névoa seca: uma mistura de poluição e poeira. A chuva, que não cai no DF há 94 dias, deve continuar sem aparecer pelo menos nos próximos 10 dias. Os modelos indicam uma possibilidade de chuva somente na segunda metade do mês. Então, é bastante provável que a capital do país chegue aos 100 dias sem precipitações, tornando o ambiente ainda mais crítico, aumentando o desconforto e a propagação de doenças típicas dessa época”, detalha Naine.
Saúde
Os hospitais têm recebido mais pacientes com doenças típicas da seca decorrentes da baixa umidade. Na rede pública de saúde, a estimativa é de aumento de 40% no número de atendimento por problemas respiratórios. Os cuidados com crianças e idosos precisam ser redobrados, pois são os principais afetados devido à fragilidade do organismo, que fica mais suscetível a contrair alguns tipos de vírus que circulam com facilidade em períodos de estiagem.
O sistema respiratório acaba sendo o mais prejudicado, pois a seca diminui a lubrificação das vias aéreas, afirma a especialista em clínica médica Patricya Tavares. “Isso favorece a ocorrência de doenças como rinite, sinusite, bronquite que, mesmo virais, em alguns casos acabam gerando complicações como uma infecção bacteriana. Além disso, os vírus podem não só afetar a parte respiratória, mas também os olhos, a pele e o sistema digestório”.
A Secretaria de Saúde recomenda uma alimentação rica em frutas e verduras, ingstão constante de líquidos como água, água de coco, chás e sucos naturais, hidratar a pele com cremes, evitar banhos quentes e demorados, assim como o uso excessivo de sabonetes e buchas.
Pele
Nessa época, a névoa seca que toma conta do céu de Brasília não é um perigo apenas para as vias aéreas. A pele é um dos órgãos que mais sente com a falta de umidade. A hidratação com uso de cremes adequados e filtros solares é essencial para evitar o ressecamento, que pode acarretar em doenças como a dermatite. Portanto, para esse período, todo cuidado e atenção são requeridos para que se possa aguardar até que se reestabeleçam níveis normais de umidade.