Aeronaves Air Tractor, de 1,8 mil litros cada, atuaram contra o fogo na Chapada dos Guimarães e agora estão em Rondônia e Sindag divulgou nota oferecendo ajuda caso se precise ampliar frentes
Com a aviação agrícola atuando há cerca de 10 dias no combate a incêndios florestais na Região Amazônica, o Sindicato Nacional das Empresas do setor (Sindag) divulgou nesta segunda-feira (26) uma Nota Oficial (confira no final do texto) se solidarizando com as associadas, órgãos governamentais e comunidades envolvidos nas operações. Ao mesmo tempo, reforçou sua disposição para auxiliar no planejamento e logística, caso seja necessário ampliar o número de aeronaves em ação em mais frentes contra as chamas.
Depois das operações contra focos na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, que envolveram suas aeronaves agrícolas entre os dias 15 e 19, quatro aviões agrícolas Air Tractor, modelo AT-502B (com capacidade para 1,8 mil litros de água cada) estão atuando em Rondônia desde o final de semana.
Os aviões agrícolas operam em conjunto com dois Hercules C-130 da Força Aérea Brasileira e helicópteros engajados no ataque às chamas. Além disso, outros quatro Air Tractor permanecem de sobreaviso para entrar em cena, caso solicitados. Os aviões estão atuando pela empresa Americasul Aviação Agrícola, que possui o convênio com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
ESTRATÉGIA
Nesse tipo de ação, os pilotos operam em apoio aos brigadistas em terra. A principal função do avião no combate a incêndio é resfriar o local, diminuindo a intensidade do fogo e o deslocamento das chamas. O que permite às brigadas de incêndio entrarem na área para o combate “corpo a corpo” contra os focos.
Essa é a maneira mais eficaz de evitar que o fogo retorne, já que, principalmente em grandes focos (em especial em áreas de floretas), é de perto que se faz a “sintonia fina” de não deixar nenhuma fagulha para trás (às vezes protegida sob pedras ou saliências em terreno ou troncos). Os pilotos também protegem as equipes em terra no caso de alguma virada na situação (por exemplo, mudança de vento que faça as chamas cercarem o pessoal). Além disso, é do solo que é feita toda a coordenação de lançamentos.
Aviões podem ser usados ainda com a missão de extinguir totalmente as chamas em caso de focos menores, em áreas de acesso impossível para equipes em solo. Ou caso o incêndio na vegetação tenha sido localizado ainda em seu início (quase sempre em um voo de reconhecimento).
O combate às chamas é prerrogativa da aviação agrícola desde 1969 (pelo Decreto-Lei 917, de 8 de outubro daquele ano). O Brasil tem a segunda maior frota de aviação agrícola do mundo e diversos pilotos agrícolas atuam todos os anos nas temporadas de incêndios pelo País. Não só em reservas federais, mas também em parceria com o Corpo de Bombeiros dos Estados (principalmente São Paulo) ou ainda chamados por produtores rurais para combater chamas em lavouras.
NOTA OFICIAL
O Sindicato das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) manifesta sua solidariedade aos órgãos federais, estaduais e comunidades, bem como empresas aeroagrícolas associadas envolvidos nas operações contra incêndios na região Amazônica e outras reservas naturais existentes pelo País. Ao mesmo tempo em que reforça sua disposição em prestar auxílio, caso necessário e solicitado pela União e Estados, no planejamento e logística para aumento da quantidade de aeronaves presentes nas operações contra o fogo.
Há mais de 50 anos a aviação agrícola tem o combate a incêndios florestais como uma de suas prerrogativas legais e todos os anos o setor está presente em ações contra as chamas em reservas naturais em todo País. O Sindag ressalta ainda o compromisso de suas associadas com o patrimônio natural do Brasil, defendido não só em suas rotinas de boas práticas em campo, mas com a união de profissionais e tecnologias em emergências para preservar nossa fauna e flora.