A comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Sheyla Sampaio, e o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Marcus Paulo Koboldt foram exonerados pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) nesta terça-feira (6/8). Os nomes dos substitutos estão sob análise e as demissões ainda não foram publicadas no Diário Oficial do DF.
Os dois militares chegaram a fazer parte da mesma turma de formação da PM. Inclusive o tenente-coronel assumiu o cargo de chefe da Casa Militar após a saída do coronel Júlio César Lima de Oliveira, que era considerado adversário de Sheyla.
A coronel Sheyla, está na corporação há 27 anos, e, desde 1994, faz parte do grupo de oficiais. Antes de tornar-se a primeira mulher a comandar a PM, chefiava o Policiamento Regional Sul II, responsável pelas cidades de Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas e Riacho Fundo I e II.
Considerada um cargo estratégico na PM, a Casa Militar tem como chefe uma pessoa que mantém relações próximas com o governador e sua família. É a segunda vez que a pasta tem a gestão trocada por Ibaneis Rocha. O primeiro a ocupar o posto foi o coronel Júlio César Lima.
Coronel Sheyla
Matriculada no curso de educação física da Universidade de Brasília (UnB), a coronel Sheyla decidiu entrar para a PM aos 18 anos, iniciando seus estudos para o concurso. Naquela época, a rotina incluía faculdade e aulas particulares que ministrava para alunos do ensino fundamental.
Foi aprovada em primeiro lugar nas três fases da prova passando a ser conhecida como "Zero Um" — apelido ainda hoje utilizado pelos colegas de turma e pela mãe, a aposentada Dalzira Soares de Souza, 74 anos.
A PM foi o primeiro e único emprego da coronel Sheyla. Entre as operações que comandou, estão as do carnaval de 2014, 2015 e 2016; a do Réveillon de 2013 para 2014; a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016; e o primeiro turno das eleições deste ano. Em abril, houve a primeira baixa na Casa Militar. Nomeado em 1º de janeiro, o coronel Júlio César Lima de Oliveira defendia a escolha de um oficial mais antigo para a chefia a Polícia Militar.
A exoneração de Sheyla do cargo se deu após um “desalinhamento” entre o governo. No comunicado em que se despede do comando, a coronel Sheyla enfatizou os quase 30 anos de carreira na PM. “O juramento, prestado quando ainda muito jovem, de preservar a vida do próximo, foi honrado a cada instante”, reforçou.
Sendo a primeira mulher a comandar a PMDF, Sheyla se disse orgulhosa desse pioneirismo. “Levo comigo o orgulho de sempre ter prezado pela defesa da valorosa Polícia Militar, marca da minha gestão, e de ter sido a primeira mulher a estar à frente de uma instituição militar bicentenária.” Conclui.
Leia a nota:
Já a Secretaria de Segurança Pública em sua nota agradeceu a equipe exonerada "pelos serviços prestados à sociedade". Os possíveis sucessores estão sendo avaliados no momento e serão anunciados assim que forem escolhidos.