Os servidores da Companhia do Metropolitano viram contracheques minguados nesta quarta-feira (31/07/2019), após vários benefícios serem cortados por determinação da Justiça de suspender o Acordo Coletivo de Trabalho da categoria.
Os empregados do Metrô-DF vão deixar de receber, neste mês de agosto, até R$ 4 mil sem penduricalhos como vale-alimentação, auxílio-creche, indenização por transporte, plano de saúde, entre outros. Isso por causa da não vigência do ACT e por conta dos descontos referentes ao corte de ponto — em função dos 77 dias de greve —.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) derrubou liminar que proibia descontos nos salários dos metroviários em 9 de julho último. O despacho foi proferido pelo presidente da Corte, ministro João Batista Brito Pereira, que cassou decisões do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), que era contrário aos descontos. Com isso, a empresa ganhou o direito de cortar parte dos vencimentos dos funcionários.
Insatisfeitos com o corte dos benefícios, o Sindicato dos Metroviários (SindMetrô-DF) marcou assembléia geral nesta quinta-feira (01/08/2019), às 21h30, na Estação Águas Claras e ameaça nova greve. Uma das pautas é a deliberação “pela operação emergência, a lei de greve”.
De acordo com o SindMetrô, o corte dos benefícios pegou todos de surpresa. O sindicato, no entanto, destaca manter a esperança de que o presidente do TST reconsidere a decisão que garante ao Metrô-DF o direito de efetuar os descontos dos dias que os servidores estiveram de braços cruzados. O pedido foi feito no dia 25 de julho, mas ainda não houve resposta.
O Metrô-DF confirmou o corte das benesses em virtude do vencimento do ACT e informou que, enquanto não houver novo acordo, os pagamentos continuarão suspensos.
Mesmo com o fim da greve, algumas estações ainda operam com as catracas abertas, em protesto ao não pagamento do benefício chamado quebra de caixa, que evita descontos no contracheque no servidor caso a conta das bilheteria não feche. Tal regalia também está descrita no ACT.
Processos administrativos
Um dia após o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), endurecer com o movimento, que causou, de acordo com a empresa, prejuízo de mais de R$ 9,3 milhões ao sistema, a categoria voltou ao trabalho.
A Companhia do Metropolitano do DF também instaurou 53 processos administrativos disciplinares (PADs) contra funcionários da empresa que não ocuparam seus postos nas bilheterias das estações mesmo após o fim da greve.