Escolas públicas do Distrito Federal fazem pequenos reparos e obras de manutenção com R$ 45 milhões do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira da Secretaria de Educação
Os 416 alunos do Centro de Educação Infantil (CEI) 210 de Santa Maria encontrarão uma escola de cara nova quando voltarem às aulas na próxima segunda-feira (29). Enquanto eles curtiam o recesso escolar, a diretoria aproveitou o período sem as crianças para fazer uma obra sonhada há anos pelos pais e professores: a reforma do parquinho. Os brinquedos de ferro, enferrujados e quebrados, serão trocados por escorregadores, gangorras e balanços de madeira. A areia, que vivia suja, foi substituída por grama, que dará mais higiene ao local e não causará mais alergia e outras doenças nos estudantes.
As obras começaram em 8 de julho, mesma data do início do recesso escolar. Desde então cerca de 12 funcionários trabalham durante o descanso dos alunos. A grama já está plantada no antigo local onde ficava a areia e os brinquedos de ferro foram retirados. Os novos devem chegar nesta sexta-feira (26), quando serão montados e pintados. Depois da secagem, que vai acontecer no fim de semana, eles estarão prontos para uso dos alunos, crianças entre 4 e 6 anos.
“Eles vão ficar loucos, não vejo a hora de ver a carinha deles. Reformar esse parquinho era meu sonho de consumo. As crianças brincam aqui todo dia”, diz a diretora Maria Elizabete Lopes da Silva, 46 anos. “Nossa escola não é murada (é fechada apenas por um alambrado) e a areia era usada como banheiro de gatos. Já achamos caco de vidro, as pessoas jogavam pela cerca restos de drogas ao serem abordadas pela polícia, arremessavam aqui dentro carteiras que tinham sido roubadas, era um perigo. Muitos pais não deixavam as crianças chegarem perto do parquinho”, conta Elizabete.
O dinheiro para o novo parquinho veio do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF), criado para gerar autonomia financeira nas unidades escolares e coordenações regionais de ensino. O CEI 210 recebeu R$ 48 mil no final de junho. Do total, R$ 10 mil foram destinados para a compra de materiais permanentes. Com essa quantia, a escola comprou duas impressoras, um aparelho de televisão e uma geladeira.
Manutenção
O CEI 210 foi todo pintado com recursos do PDAF. Os corredores da escola ganharam desenhos infantis, uma parte de cada parede foi revestida com uma cerâmica que facilita a limpeza e os armários das salas de aulas ganharam novas portas com a verba repassada pela Secretaria de Educação. A diretora explica que o dinheiro vai para a regional de ensino que faz três orçamentos para as obras solicitadas pela escola. Ganha a empresa que oferecer o menor preço e a melhor qualidade do material.
A liberação dos recursos do PDAF, para cada exercício, é condicionada à prestação de contas dos anos anteriores ao da solicitação. Recursos utilizados em desacordo com os critérios do programa deverão ser ressarcidos. “Esse modelo de descentralizar os recursos da Secretaria é muito melhor. Porque quem sabe da real necessidade da escola é o gestor. Não adianta a Secretaria comprar um computador que não vamos usar”, ressalta Elizabete.
No Centro de Ensino Médio (CEM) 404, também em Santa Maria, o dinheiro garante a manutenção da escola. No começo do ano letivo, o colégio, que tem 1,8 mil alunos e 90 professores, recebeu R$ 120 mil e agora vai receber um reforço de R$ 30 mil, destinados por emenda parlamentar. Os recursos liberados no começo do ano foram usados para a pequenos reparos da escola, que tem em sua estrutura uma referência para os demais Centros de Ensino Médio do DF.
Graças ao PDAF, as pichações nas paredes desapareceram; as redes elétrica e hidráulica estão em dia; os banheiros estão novos; a quadra poliesportiva está bem pintada, com traves recém-colocadas, além de arquibancadas e alambrado em bom estado. Os recursos também foram usados na reforma dos laboratórios de Ciências, Artes e Informática, para a colocação de toldos nas salas de aula para protegê-las do sol e, ainda, na construção de mesas e bancos no pátio. “O dinheiro vai entrando e nós vamos usando”, explica o diretor Felipe de Lemos Cabral, 34 anos.
Felipe vai decidir, juntamente com o Conselho Escolar, formado por pais, alunos, professores e servidores, a destinação dos novos recursos. “Queria reformar o telhado de uma varanda dos professores que está com goteira, colocar mais alguns toldos nas salas de aula e armários novos nas salas dos professores. Mas é a comunidade escolar que vai definir as prioridades”, diz.