Após 77 dias de paralisação, os servidores do Metrô acataram determinação do Tribunal do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) e voltaram às suas atividades. Porém, além do fato que no primeiro dia após o fim da greve dos metroviários ainda não tem estações funcionando normalmente, a categoria está sem a indenização de transporte para se locomover aos postos de trabalho. Devido à falta desse pagamento de passagem, a maioria das estações do Distrito Federal amanheceu sem servidores nas bilheterias.
O serviço para compra de passagem foi lento, pois os postos de bilhetes que foram abertos tinham somente um funcionário, o que causou grandes filas, gerando uma espera de cerca de 10 minutos em estações como Central e Ceilândia Centro. "Aqui na estação da Rodoviária é todo dia essa demora nas filas, até sem greve", reclamou a diarista Rosilene Bernardo da Silva, 39.
Em 13 estações, as catracas foram liberadas: 102 Sul, 108 Sul, 112 Sul, 114 Sul, Asa Sul, Feira, Arniqueiras, Concessionárias, Praça do Relógio, Ceilândia Sul, Ceilândia Norte, Furnas e Samambaia Terminal. Grande parte das estações abriu às 5h30, horário normal de funcionamento. Houve apenas um pequeno atraso na saída dos trens, de cerca de 10 minutos e registros de funcionários em bilheterias somente em 11 estações.
A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) informou em nota que "todas as estações abriram no horário normal e 24 trens circularam no horário de pico, reduzindo o tempo de espera dos trens nas estações". O órgão ainda detalhou que, das 24 estações, 13 tiveram que liberar acesso aos usuários porque alguns empregados seguiram a orientação do Sindmetrô e não abriram o caixa das bilheterias. "A direção do Metrô tomará medidas cabíveis em relação aos empregados que se recusaram a cumprir seu dever funcional, inclusive quanto aos prejuízos causados ao erário", concluiu.
Será mantida por enquanto pelo Departamento de Estradas e Rodagem do Distrito Federal (DER), a faixa exclusiva liberada para todos os veículos na EPNB. "Caso haja o cumprimento da decisão, o DER/DF informará a todos sobre a data de volta da proibição de circulação na faixa exclusiva", declarou o órgão em nota.
Prejuízo
Segundo o Metrô, 45% dos metroviários aderiram ao movimento. Já o SindMetro diz que do total de 1.301 servidores, 98% entraram em greve. "Somente 54 deles, que têm cargos de chefia, não ingressaram a greve por medo de perder os cargos", disse a diretora de comunicação do sindicato.
Ainda de acordo com o metrô, em 74 dias os trabalhadores deixaram de transportar R$ 1,7 milhões de usuários. O prejuízo chegou a R$ 8,8 milhões. Por dia, circulam, em média, 190 mil usuários. Antes da decisão dos metroviários, a empresa informou que esperava que a categoria retornasse ao trabalho, conforme determinou o TRT.