A realidade da Companhia Energética de Brasília (CEB) apresenta um comportamento totalmente diferente no mercado financeiro do que as notícias recentes de crise sinalizam. As três categorias de ações da estatal (CEBR3, CEBR5 e CEBR6) na Bolsa de Valores tiveram valorização entre 20% e 30% nas últimas 52 semanas, de acordo com a própria empresa. Mesmo após a revelação de uma dívida de R$ 1 bilhão e das divergências internas quanto à abertura de capital da CEB – Distribuidora, a alta significou a maior guinada nos papéis desde agosto de 2011, se manteve.
David Mendes, economista da Voga Invest, revelou que as variações dos papéis da empresa no passado e a divulgação de resultados operacionais, e admite ter se surpreendido com o que viu. A explicação mais provável para o movimento, segundo ele, é a possibilidade de privatização de parte da companhia, defendida abertamente pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).
“Vi que a empresa apresentou prejuízos em 2014 e 2015 e, em 2016, voltou a ter resultados financeiros interessantes. Esse lucro veio a aumentar em 2017. E, aqui, comento apenas os resultados de operações e me abstenho de analisar possíveis dívidas”, declarou o especialista.
Portanto, segundo Mendes, essa recuperação a partir de 2016 pode explicar o incremento inicial dos preços dos papéis da empresa. O economista ainda ressalta, porém, que se trata de ações com pouca comercialização e que “não aparecem em nenhum relatório de recomendação”. “Acredito que quem invista nisso sejam mais ex-servidores da companhia, então são poucas compras e vendas”, explica.