No Distrito Federal, quatro importantes áreas de preservação ambiental estão lista de alto risco de incêndio florestal, seja pela combustão espontânea, ou pela ação do homem. A Órgãos responsáveis seguem preocupados com a Floresta Nacional de Brasília (Flona), a reserva nacional do Jardim Botânico, o Parque Nacional de Brasília e a Área Alfa da Marinha, na região da Área de Preservação Ambiental (APA) Gama-Cabeça de Veado, que veem preparando ações para evitar ou diminuir danos causados pelos incêndios.
O período de alerta que já começa em julho, onde até a primeira semana do mês, os bombeiros atenderam a 1.599 ocorrências de fogo em áreas verdes, coma região queimada chegando já a 1.090,84 hectares, ou seja, mais de mil campos de futebol, trazem o alerta. Isso levando em consideração de que os meses críticos de queimada em vegetação são agosto e setembro.
Servidores têm adotado ações de prevenção para evitar a devastação, como a utilização da técnica do aceiro, que é a retirada de parte da vegetação para conter as chamas e evitar que elas atinjam unidades de conservação; instalação de reservatório de água nas unidades para abastecer as aeronaves de combate ao fogo; roçagem; monitoramento constante; e blitzen educativas.
Para abastecer os helicópteros que atuam no combate às chamas, será instalado na Flona, um reservatório de 80 mil litros. Ele ficará ao lado da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional de Brasília. Na reserva ecológica do Jardim Botânico, haverá uma caixa d’água de 30 mil litros e a mesma capacidade na área da Marinha. O Parque Nacional de Brasília conta com estrutura de 30 mil litros.
Mas a maior preocupação deste ano é com a altura da vegetação. “Como 2018 foi um ano atípico, com muita chuva, a vegetação está com acúmulo de combustível. A área verde cresceu e estamos nos esforçando para abaixá-la. Ao mesmo tempo, é uma vegetação que está acumulada desde o fim do ano passado e a nossa preocupação é que um incêndio de pequena proporção possa se alastrar rapidamente”, explica a coordenadora do Plano de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal da Secretaria de Meio Ambiente, Carolina Schubart.
Equipes por essa razão têm feito aceiros mecânico e negro. O primeiro consiste na utilização de máquinas para abrir a vegetação — 390km na área Gama-Cabeça de Veado e 200km nos parques. O aceiro negro é a utilização de fogo controlado para abaixar a vegetação. “A técnica evita que um incêndio iniciado na área externa se propague para dentro da unidade”, elucida Carolina.
A coordenadora também frisa a realização de blitzen educativas sobre incêndio florestal, com a quinta ação prevista em 2 de agosto, na Boca da Mata, juntamente com o lançamento de campanha publicitária de combate a queimadas em vegetação, prevista para o fim do mês, sobre prevenção ao fogo em áreas verdes.
Parque federal
Sob gestão do Instituto Chico Mendes (ICMBio), vinculado ao governo federal estão o Parque Nacional de Brasília e a Flona. Desde setembro de 2011 quando ocorreu o maior incêndio florestal da história do parque, gestores passaram a fazer o manejo integrado do fogo com queimadas prescritas. O que consiste em reduzir o combustível da vegetação com a função de refrear as queimadas e conservando a biodiversidade. “É um tipo de queimada controlada, com cinzas ecológicas, que traz como resultado o fato de o fogo não se alastrar durante um incêndio”, relata o coordenador de Prevenção e Combate a Incêndio do ICMBio, Christian Berlinck.
É destacado também por Christian, o uso da técnica do aceiro, tanto no Parque Nacional quanto na Flona, além de orientação do uso do fogo pelas comunidades que residem dentro de unidades de conservação. “Em alguns casos, quando é necessário, auxiliamos no uso desse fogo. Por enquanto, mesmo que um incêndio aconteça, como está frio e a vegetação e o solo estão úmidos, as chamas não se propagam e são controladas facilmente. A partir de agosto, com a seca, se eleva a temperatura, aumenta o vento e o risco de propagação de incêndio cresce”, esclarece.
Para atuar em um combate rápido, Christian ressalta a intensificação de pontos de monitoramento nas unidades, com rondas diárias, feitas por moto e carros, além de torres para observação. “Como temos um indicativo de El Nino fraco, devemos ficar próximo ao que se espera. Intensificamos as ações nos últimos três anos e a tendência é de que haja menos problemas dentro dessas unidades”, garante.
Veja o que fazer para evitar queimadas em áreas de vegetação:
- Não jogar bitucas de cigarro no chão, especialmente em rodovias e em gramados
- Não colocar fogo no lixo
- Ter cuidado ao enterrar restos de folhas e galhos secos e limpar a área ao redor, em um raio mínimo de 2m antes de fazer uma fogueira
- Faça a fogueira dentro de um buraco para evitar que a brasa se espalhe
- Apague a fogueira com água e enterre as cinzas
- Não queime lixo. Faça o descarte correto
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Deliberações
É necessária uma autorização da Secretaria do Meio Ambiente, para que os agricultores possam fazer uma queimada controlada. Eles também devem ter criar aceiros ao redor da área e informar os bombeiros.
Ao encontrar um foco de incêndio, por menor que seja, é importante entrar em contato com o Corpo de Bombeiros do DF pelo número 193. O telefone do Ibram é o 162 e o WhatsApp da Polícia Ambiental, 99351-5736