Servidores aposentados do governo federal e que perderam as funções após o governo Lula e Dilma, permanecem morando em apartamentos funcionais, em bairros nobres de Brasília. A Controladoria-Geral da União (CGU) realizou uma auditoria que apontou 35 imóveis nessa situação. Outros 54 estão sendo disputados judicialmente entre servidores e o governo federal
Ao todo, são 536 imóveis pertencentes União em Brasília. Desses, 35 estão ocupados irregularmente, 54 estão sendo disputados na justiça e 221 imóveis se encontram vazios ou abandonados.
De acordo com o levantamento feito pela Controladoria-Geral da União alguns desses apartamentos no Plano Piloto custam, em média, R$ 1 milhão e estão ocupados indevidamente, pois a maioria dos ocupantes possuem imóveis no DF ou estão casados com proprietários de casas na capital, o que, segundo a lei, impede a ocupação de residência funcional.
A conta alta vai para o governo, que com os imóveis ocupados, por ex-funcionários do serviço público e por outros que estão abandonados, acaba gastando R$ 2,6 milhões por ano com manutenção, condomínio e IPTU. Grande parte desses imóveis são na Asa Sul, Asa Norte, Taguatinga e Cruzeiro. Alguns desses servidores inativos de cargos comissionados dos governos Lula e Dilma ocupam imóveis da União na Orla do Paranoá, o pedaço mais caro do Brasil.
A CGU recorre a justiça com processos de despejos dos imóveis, tentando sanar a situação, e para agilizar o processo, o governo trabalha numa proposta de constituição de fundos de investimentos imobiliários lastreados com bens da União.
O Ministério do Planejamento, em uma compilação feita no ano passado, apontou que existem 681 mil imóveis, que inclui casas, terrenos, apartamentos e até fazendas. O governo Bolsonaro pode arrecadar até R$ 300 bilhões com a venda de imóveis da União.
No entanto, vender tudo é um processo burocrático complexo e demorado, que ainda precisa ser estruturado pelo governo, segundo o Ministério do Planejamento.