O presidente da associação mais comentada das redes sociais do Distrito Federal fala sobre a cidade.
A frente da Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras, a AMAAC, Román Dario Cuattrin esteve presente na redação da Revista Águas Claras e falou sobre nossa cidade.
Aos 47 anos, Román chegou ao Brasil em 1979. Argentino, morou inicialmente em Governador Valadares, em Minas Gerais, mas em 1998 recebeu uma proposta de trabalho aqui na Capital.
A AMAAC, que já foi ASMAC, na época presidida por José Júlio, que deixou o cargo para assumir a Administração de Águas Claras, surgiu em 2012, com o objetivo de proporcionar apoio e agregar os moradores, tornando-os participativos em ações, que pleiteiam melhorias, supervisando acordos e o posicionamento do poder público, quando necessário.
Comunidade Online
De acordo com Román, o grupo do Facebook, que hoje conta cerca de 60 mil membros, na verdade nasceu a contragosto, pelas mãos do Rubinho, do restaurante Rubinho, que já foi um dos dirigentes no início da associação para ser criado um canal de comunicação direto com os moradores. “Uma associação de moradores é isso, resoluções de problemas, um vizinho para trocar ideia, um favor, enfim, uma forma eficaz de interação entre os moradores”.
“No início eu conseguia acompanhar e responder tudo. Hoje, com uma taxa mensal de crescimento 500 seguidores/mês, observo é que a interação no grupo é algo maior que apenas a exposição de insatisfações, desejos, pedidos, apoios, é na realidade, uma vitrine do que está acontecendo na cidade. O lado negativo é que eles não saem do virtual preferindo apenas reivindicar por atrás da tela, o que nem sempre é eficaz”, revela.
Por outro lado, Román reconhece que o papel da AMAAC se fortaleceu com o apoio da comunidade. “A informação é ágil, e no grupo, podemos captar o que está ocorrendo na cidade quase que em tempo real justamente por conta dessa interação, que engloba assuntos diversos, desde acidentes, ou algo que precise de uma intervenção do poder público, ou de condomínio, e até mesmo uma ação social. Ajudamos a identificar a causa e possibilitamos um acordo ou até mesmo a resolução, fazendo a ligação entre a quem está sendo afetado e quem está gerando o problema, incluindo moradores, comércio e até mesmo os órgãos do governo”.
Segundo Román, o grupo também tem um poder educacional grande. Além dele, moderadores intercedem com pulso firme quando há necessidade com aqueles que fazem um mau uso do canal de comunicação, seja através de conversa, com perfis fakes, ou até mesmo em casos mais graves, como intolerância ou agressões verbais, banindo os que insistem em um comportamento inadequado, desrespeitoso e até mesmo agressivo para uma convivência saudável.
Transparência
Promessas por parte do Poder Público perduram como é o caso da efetivação das calçadas, que já se arrasta há quatro anos.
Cansados de esperar, a AMAAC investigou a causa da demora, o que auxiliou a compreensão de que muitas das demandas não se concretizavam por interferências burocráticas ou políticas, e começaram a dar publicidade a isso, o que trouxe transparência as situações, favorecendo o debate com os deputados e com o poder público, e claro, destacando também positivamente quem faz o processo caminhar com eficiência.
“O que esperamos realmente é que as promessas sejam implementadas, que as calçadas sejam realmente efetivadas nos lotes e áreas públicas finalmente até o final do ano, que saiam do campo das ideias, assim como a realização do sonho (que já se prolongou excessivamente) de que se instalem na cidade, equipamentos públicos na área de infraestrutura”, relata.
Quando fala sobre tais equipamentos públicos, Román se refere a escola pública, posto de saúde, conclusão da estação do metrô (que está pronta e não possui instalações funcionais operantes), delegacia de Polícia, etc., que são reivindicadas pela população vertical, onde nem todos possuem plano de saúde, e ao precisar de um atendimento médico por exemplo, precisam se deslocar até Taguatinga, já que o posto de saúde situado no Areal não atende os residentes da RA vertical.
O Posto do Areal não possuía água potável para quem aguardava por atendimento. Até que, após a queixa de uma mãe, o filtro térmico foi instalado pela Associação. Com isso, o poder público interferiu, enunciando que iria retirar o bebedouro, pois o mesmo já estava previsto para ser colocado e até hoje, dois anos após, o bebedouro é o mesmo instalado pela AMAAC. “Também conseguimos termômetros com a doação de uma farmácia, após uma reclamação, porém, como postamos que iríamos levá-los no dia seguinte, ao chegarmos, fomos impossibilitados de doar, pois a Secretaria de Saúde apareceu com vários termômetros. De qualquer forma o objetivo foi concluído, o que não poderia, era faltar” acrescenta Román.
A parte vertical, possui um posto de vacinação, situado dentro de um posto da Polícia Militar que estava abandonado, e que funciona com as mínimas condições. “Quando a geladeira doméstica usada para armazenar as vacinas quebrou, o posto parou por um mês, voltando a operar somente depois que recebemos uma geladeira - dentro dos padrões que o próprio poder público exige - doada pelo Laboratório Sabin” finaliza.
Sonhos
Quando se fala em sonhos materializados, a AMAAC possui inúmeros. Escola pública, calçadas, delegacia, posto de saúde, balão da Unieuro efetivamente com a terceira faixa liberada, fiação subterrânea enterrada, subestações da CEB no subsolo, onde não ocupem praças, rotatórias, áreas internas de condomínios, pois hoje, são mais de cinquenta subestações espalhadas por Águas Claras.
As paradas de ônibus também foram prometidas em 12 de março pela Administração. No total, vinte paradas foram liberadas para serem instaladas e até agora, após 90 dias nenhuma foi efetivada. A estação Estrada Parque, prometida para 5 de setembro do ano passado, com um ano de atraso vai sair agora, pela metade, e sem a passarela completa.
A AMAAC vai caminhando com pequenos passos, aos poucos, com o objetivo de trazer melhorias para a vida das pessoas.
Cobranças
Durante muito tempo a Associação cobrou a iluminação de cada praça que estava às escuras, pedindo apoio aos deputados distritais, destinação de emendas e cobrando a administração quando eram liberadas as verbas. Hoje aguardam pela implantação do Central e do Parque Sul, que é outra reivindicação junto ao GDF. Após muita luta, foi publicado o edital do concurso para escolher o projeto. Após a escolha, foi expedido o detalhamento do planejamento com prazo de seis meses no dia 21 de abril de 2017 e que até hoje não saiu. Foi solicitada uma audiência que foi realizada no dia 10 de junho na qual o juiz determinou a celeridade no processo.
“Talvez até mesmo por isso somos mal vistos, pois cobramos as promessas feitas por eles mesmos, devidamente” esclarece.
Denúncias
Valeram-se da ocasião para fazer a denúncia de que o Parque Central, está sendo utilizado irregularmente por empresas de publicidades com de outdoors ilegais.
A Agefis veio e constatou que havia um número de autorização de processo e foi embora, nada fazendo. “Nós como população, verificamos que esses números eram falsos, e que inclusive, alguns desses processos foram indeferidos pela Administração Regional” elucida Román. Em audiência também no dia 10 de junho, o juiz determinou que a Agefis se manifeste em 30 dias explicando como está agindo para coibir essa ilegalidade.
Nova Gestão
Sobre o novo Administrador Ney Robinson, Román se manifestou dizendo que é de conhecimento de todos que ele de certa forma está de mãos atadas. Falta pessoal, falta verba.
“Não o conhecíamos como atuante no campo administrativo, apenas como um dos sócios em uma pizzaria aqui de Águas Claras. Não sabemos como ele foi indicado pelo cargo, chegou tranquilo e aparentemente com boas intenções. Cobramos dele algumas posições e ele saiu a campo tentando atender a essas exigências. Porém, quando acabou enfrentando os ambulantes de forma errônea na questão de coibi-los, observamos que ele não estava imbuído de realmente fazer a máquina funcionar, não sabemos se porque realmente a máquina não tem condições de funcionar, ou se existe algum um retardo nas conclusões de demandas. Percebemos que existe uma procrastinação, que as coisas não estão acontecendo na velocidade esperada, talvez até devido à ausência de pro atividade na gestão de contratações, nomeações para a efetivação de pessoal que foi reduzido pelo “decretão” em 60%”.
A AMAAC usufrui da mídia para auxiliar os moradores de serem ouvidos, para que reivindiquem e cobrarem por melhorias, estão por dentro de todos os desejos, satisfações e contrariedades dos cidadãos de Águas Claras e seguem como exemplo para outras Regiões Administrativas que os procuram para saber sobre o funcionamento de sucesso implementado pela associação.
O que esperam é que o administrador Ney Robinson procure mais o apoio da associação, o apoio da população, justamente por ser novo e não conhecer “a máquina”, esse apoio está à disposição, mas vem atrelada a cobranças, devido ao desgaste gerado pelas sucessões de promessas que não se concretizam.
A população de Águas Claras é a favor de uma eleição direta para o cargo de administrador e segue aguardando a promessa de vários governos que passam apenas prometendo essa reivindicação.
Enquanto isso, a AMAAC com sua sinceridade exacerbada, porém não vinculada a arrogância, se reconhece como uma associação onde são incisivos e gostam do que fazem, sem interesses, apenas por paixão, em prol da melhoria de nossa cidade, pensando no bem comum de seus moradores, voluntariamente.