As obras de infraestrutura em Vicente Pires estão atrasadas e cada dia mais caro. As intervenções no Lote 5 da região administrativa foram suspensas há duas semanas porque a Secretaria de Obras do Distrito Federal investiga licitação firmada com a construtora Artec para drenagem e pavimentação do setor.
Segundo a secretaria, os repasses foram bloqueados após a empresa ter pedido, neste ano, mais um aditivo – situação que faria o investimento adicional superar o limite de 25% do valor original.
De acordo com o governo, o certame jamais deveria ter sido lançado da forma como aconteceu. A secretária informou que a concorrência vencida pela Artec foi em 2016 em cima de um projeto de execução criado em 2007, ainda no governo de José Roberto Arruda.
Na época da confecção do documento, a população de Vicente Pires era de aproximadamente 40 mil pessoas. Atualmente, são mais de 100 mil moradores na cidade. Da mesma forma, havia menos condomínios e edificações, hoje espalhados por áreas originalmente previstas para receber infraestrutura pública.
Agora, dos 25 quilômetros de obras de drenagem previstas, foram feitos pouco mais da metade. E apenas 33% dos 19 quilômetros de pavimentação contratados estão prontos, bem como só 26% dos cerca de 60 quilômetros de meio-fio licitados.
Isso significa que os R$ 73.192.739,72 orçados inicialmente não foram suficientes para chegar à metade das intervenções planejadas. A empresa quer pelo menos mais R$ 18,2 milhões em aditivos para seguir atuando na área.
Com o propósito de fazer as adequações, o governo precisou lançar mão de praticamente todos os aditivos disponíveis nos contratos. As obras de Vicente Pires possuem orçamento de R$ 426 milhões – até o momento, foram investidos cerca de R$ 151 milhões.