A transferência de nove homens apontados como líderes da chacina nos presídios de Manaus (AM) para Brasília levou mais uma facção criminosa para os presídios do Distrito Federal, a chamada Família do Norte (FDN).
Os integrantes da facção FDN é apontada como responsável pela morte de 55 internos em quatro cadeias da capital amazonense, além da execução de outros 56 detentos, em janeiro de 2017- na época todos os alvos eram integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que também tem chefes alocados no DF, incluindo o maior deles, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
As forças de segurança da capital não escondem o temor com o movimento de filiados das duas organizações na mesma unidade prisional- o Presídio Federal de Segurança Máxima, ao lado do Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião.
O Secretário de Segurança Pública do DF e delegado da Polícia Federal, Anderson Torres, acredita que a chegada de chefes de uma terceira facção pode influenciar até mesmo o Complexo Penitenciário da Papuda, onde ficam os condenados pela Justiça do DF, sob a guarda das forças de segurança da capital.
Investigadores afirmam haver integrantes do PCC e do Comando Vermelho (facção originária do Rio de Janeiro) morando e atuando em cidades do Entorno e do DF, como Santa Maria, Gama, São Sebastião, Paranoá e Planaltina. Agentes da segurança ainda não identificaram células do FDN na região.
A última revolta de presos registrada em Brasília ocorreu em 18 de outubro de 2001, após Marcola ser transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda. Ele criou um braço do PCC na unidade da capital, denominado Paz, Liberdade e Direito (PLD), que encabeçou o motim.
Transferência
Nove condenados da FDN desembarcaram no Aeroporto de Brasília na noite de quarta-feira. Mas, nos próximos dias, seis serão enviados a outros presídios federais (a data da transferência e os destinos não foram informados por questão de segurança) e três permanecerão no DF.
Em 22 de março, o Presídio Federal recebeu Marcola. Com ele, vieram outros três integrantes da cúpula do PCC. O irmão do Marcola do PCC, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, conhecido como Marcolinha, foi levado para a unidade prisional em 13 de fevereiro, com outros dois presos.