O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, falou sobre a greve dos metroviários e outras ameaças de paralisações, como a da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). Ele afirmou nesta quarta-feira (8) que a greve de servidores da administração pública "não vai dar em nada". Segundo o político, "não existe possibilidade de negociar nada no âmbito de salários".
O movimento dos servidores, segundo o governador é inócuo, em função da dificuldade financeira que o DF enfrenta. “É uma falta de compreensão muito grande do serviço público, sabendo que todos os estados estão quebrados tentar enfrentar greves por melhorias salariais. Todos nós sabemos que não vai dar em nada, porque não existe possibilidade de se negociar nada no âmbito de salários”, cravou Ibaneis.
Durante a declaração, Ibaneis comentou a situação salarial dos pilotos do Metrô-DF:
"Um condutor de um trem do Metrô-DF ganha R$ 12 mil. Enquanto em São Paulo, ele faz o mesmo serviço e ganha R$ 4 mil [...] Agora, tenho a responsabilidade de administrar o Estado em que houve aumentos salariais fora da proporção nacional".
A declaração do chefe do Executivo foi dada após reunião com o presidente Jair Bolsonaro, governadores, ministros e parlamentares para discutir propostas de mudanças no pacto federativo.
Segundo o governador, caso o Executivo não faça o ajuste das contas, corre o risco de chegar á situação de estados como Rio de Janeiro, Rio Grande Sul e Rio Grande Norte, que estão atrasando pagamento de salários. Ibaneis condicionou a retomada dos reajustes ao reequilíbrio do orçamento.
Reunião com Presidente
O encontro dos governadores, ministros e parlamentares com o presidente Jair Bolsonaro para discutir propostas de mudanças no pacto federativo foi organizado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e ocorreu na residência oficial do Senado, em Brasília.
Os governadores apresentaram seis pedidos para o Palácio do Planalto e o Congresso. A lista inclui a redistribuição da arrecadação dos impostos, da Lei Kandir, da sessão onerosa do petróleo, do Fundeb, bem como a aprovação do projeto de securitização das dívidas e o detalhamento do pacote de recuperação fiscal dos estados, o Plano Mansueto.
O presidente do Senado afirmou que 70% dos impostos recolhidos acabam nos cofres da União, enquanto o restante é redistribuído pelos estados. Os governadores querem inverter essa repartição para ter dinheiro em caixa para obras e prestação de serviços públicos.
De acordo com Alcolumbre, o Senado decidiu assumir o "compromisso" de liderar as discussões sobre o pacto federativo, a fim de alterar a relação entre União, estados e municípios, com mudanças, por exemplo, na distribuição de recursos arrecadados por meio de impostos.