Avaliação feita no Palácio do Planalto é que apesar do forte ruído de comunicação com a intervenção do presidente Jair Bolsonaro para adiar o aumento do preço do diesel, o governo conseguiu ganhar tempo para evitar a greve dos caminhoneiros.
Na última terça-feira (16/04/19) o governo federal anunciou também medidas para o setor de transportes. Entre elas está a criação de uma linha de crédito de até R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos que vai permitir a compra de pneus e a manutenção dos veículos. A linha de crédito será restrita a dois caminhões por CPF.
Na primeira fase do projeto, foram reservados R$ 500 milhões para que os profissionais tenham acesso ao crédito. A medida é resultado da preocupação do presidente Jair Bolsonaro com a possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros.
Os caminhoneiros estão pedindo pouco e o governo não está refém da categoria, afirmou ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
“Não se trata de ficar refém. Absolutamente. O que eles estão pedindo? Tão pouco. Querem condição de estrada boa. Temos que prover isso. Querem poder descansar em um lugar onde tenham segurança. Podemos prover isso com facilidade. O custa atender esse pleito. É vontade? A gente tem essa vontade”, destacou Freitas.
O governo indicou a reserva de R$ 2 bilhões para a conclusão de obras e a manutenção de rodovias por todo o Brasil. Segundo o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, o objetivo é recompor o orçamento e concluir a pavimentação de rodovias não finalizadas, além da manutenção de rodovias salva-vidas.
Quando questionado sobre quais outras pastas perderão recursos para o direcionamento dos R$ 2 bilhões, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni afirmou que se a medida será feita “como se faz em casa”. “Vamos fazer um rateio com os outros ministérios. Cada um vai dar sua cota de contribuição”, disse. Além da Infraestrutura, também fazem parte do pacote bilionário as pastas do Desenvolvimento Regional e da Defesa.
Onyx disse que o governo está enfrentando problemas que foram construídos ao longo das últimas cinco décadas. “Tarcísio criou o fórum e levou tempo para que o diálogo se aprofundasse e a confiança mútua se estabelecesse. Foi possível estabelecer uma ordem ao longo desse diálogo. Nesta sequência de pedidos da categoria, estamos atendendo praticamente 80% a 90% dos gargalos da atividade deles”, destacou.
Contudo, o pacote de medidas anunciada pelo governo não é suficiente. Caminhoneiros planejam uma nova greve nacional para o dia 21 de maio caso ocorra o aumento do diesel. Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, um dos principais líderes do movimento deflagrado em 2018 demonstrando indignação com o pacote apresentado pelo governo, o caminhoneiro afirmou que as verbas direcionadas a obras em estradas não são um benefício, mas sim “obrigação” do Executivo.