Em coletiva de imprensa, o governador Ibaneis Rocha prestou contas à sociedade dos primeiros 100 dias de sua gestão, nesta manhã de quarta-feira (10/4). Em menos de quatro meses, conseguiu retirar projetos prioritários do papel. Mas também se envolveu em contradições e em polêmicas.
Na coletiva disse que assumiu o comando do Distrito Federal em meio a uma “bagunça administrativa”. Pediu “paciência” na área de saúde e avisou que vai vetar o projeto do Passe Livre que beneficia policiais militares e bombeiros. Também relatou que, se não conseguir derrubar a redução no orçamento do Fundo Constitucional, fará cortes de gastos que vai atingir o funcionalismo.
Recentemente, o GDF perdeu a briga no Tribunal de Contas da União (TCU) pelo direito de ficar com o Imposto de Renda que incide sobre os soldos e benefícios pagos a categorias profissionais cujos salários são bancados pelo Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) – como as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros.
MEMÓRIA
Entre os feitos realizados pelo governador até o momento destaca-se: ampliação do instituto que funcionava no Hospital de Base para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e para o Hospital Regional de Santa Maria. Agora sob a gerência do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF), essas unidades podem contratar profissionais sem concurso público e comprar remédios sem licitação.
O governador também conseguiu reabrir 14 delegacias do Distrito Federal para que voltassem a funcionar 24 horas por dia. Até então, 15 fechavam das 19h às 9h. A única que permanece fechada é a 17ª DP, de Taguatinga Norte, que passa por reformas. A medida foi possível após a implementação do serviço voluntário na Polícia Civil.
Em três meses de governo, Ibaneis enviou propostas para aumentar 37% do salário dos policiais civis do DF, além da polêmica restrição do passe livre- que garante aos estudantes acesso gratuito ao transporte público- alegando um custo de quase 300 milhões por ano.
Em sua campanha eleitoral Ibaneis prometeu que iria construir as casas derrubadas pela Agefis e até extinguir o órgão de fiscalização, em menos de quatro meses de mandato, ele mudou o discurso e ações. Na ocasião, aproveitou para passar o recado: “O Distrito Federal tem um passado muito triste de invasões, e as pessoas continuam com essa mentalidade achando que eu vou regularizar alguma coisa”.
Outra promessa feita pelo emedebista durante a campanha foi o pagamento da terceira parcela de reajuste salarial, suspenso desde 2015, aos servidores do GDF. O apoio das categorias foi considerado decisivo para vencer o então governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que buscava reeleição.
No entanto, Ibaneis declarou que não vai reajustar o salário dos servidores, pelo menos até o fim de 2019 – o que frustrou as 32 categorias que aguardam o aumento. Em 27 de março, afirmou: “Então já deixei bem claro que não vou dar reajuste para ninguém. Esse ano não existe essa possibilidade”.
As nomeações para cargos no GDF foram mais uma que gerou polêmica. Durante a campanha eleitoral, Ibaneis afirmou que não indicaria para cargos de confiança pessoas investigadas ou condenadas por corrupção. Contudo, pelo menos três nomes que fazem parte da gestão do emedebista são considerados fichas sujas.