O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prepara uma ação judicial para tentar reverter à transferência de líderes de facções criminosas para a capital e pedir o fechamento da Penitenciária Federal de Brasília.
Como principal justificativa está o fato de a capital reunir autoridades dos três poderes e representantes diplomáticos de todo o mundo e que a transferência de criminosos de alta periculosidade acaba gerando para a região, o fluxo de outros membros da facção, fortalecendo a rede no local.
Outro risco apontado envolve a cidade de São Sebastião, que, devido à proximidade com o complexo penitenciário, acaba sendo um ponto estratégico para possíveis articulações entre presos e membros de facções que estão fora da cadeia.
O chefe do Executivo do DF diz que espera, no entanto, contar com a compreensão do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, para desfazer a decisão de alocar na Capital Federal os presos de alto risco.
O ministro Sérgio Moro afirmou que entende a apreensão do governador, mas acrescentou que a presença do chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC) Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola — transferido na última sexta-feira para a Penitenciária Federal de Brasília ao lado de três presos — será mantida.
“É um receio um pouco exagerado. A liderança criminosa vem para um presídio de segurança máxima, onde é um sistema bastante rígido e carcerário”, justificou Sérgio Moro. Além disso, o ministro afirmou que os moradores do DF estão “absolutamente seguros”.
Entretanto, a declaração de Ibaneis sobre o assunto não foi à única. Semana passada a Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) emitiu um ofício propondo a desativação do presídio federal, na qual foi enviado para a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, a Casa Civil, o Ministério da Justiça e o Departamento Penitenciário Nacional. O chefe do Buriti também vem se posicionando contra a medida desde o anúncio das transferências.